Homem fica ferido gravemente em incêndio no centro de Londrina
Vítima estava no imóvel que acumulava materiais recicláveis e pegou fogo; vizinhos dizem que situação é preocupante há vários anos
Um homem, de idade entre 30 a 40 anos, foi socorrido em um incêndio que destruiu um imóvel na rua Alagoas, região central de Londrina, na madrugada desta quartafeira (29). A vítima estava em um dos cômodos que foi atingido pelas chamas e foi retirado do local com queimaduras de terceiro grau em várias regiões do corpo.
Ele recebeu os primeiros socorros na ambulância e foi encaminhado em estado grave ao HU (Hospital Universitário). De acordo com a assessoria do hospital, por volta das 16h, a vítima estava entubada no pronto-socorro, aguardando uma vaga no Centro de Tratamento de Queimados.
As chamas começaram por volta das 5h e mobilizaram três caminhões do Corpo de Bombeiros. De acordo com a tenente Luana da Silva Pereira, comandante da operação, a vítima estava presa a uma grade em uma das janelas externas, de um cômodo ao fundo, no segundo pavimento da casa. “Esse homem pedia por socorro e nossa primeira atitude foi fazer um combate para diminuir a caloria e acessar a vítima”, disse.
A edificação era de alvenaria, mas todo o assoalho de piso do primeiro e segundo pavimentos era de madeira, assim como o forro. Apenas três cômodos ao fundo, que são de laje, foram preservados.
RESCALDO
“Segundo vizinhos, o local é abandonado e utilizado por moradores de rua e coletores de materiais recicláveis. Havia muito material combustível acumulado na área interna e externa e isso, certamente ajudou a propagar rapidamente o fogo”, afirmou. Foram cerca de duas horas de combate ao incêndio, utilizando 20 mil litros de água.
Horas depois de controlar as chamas, o Corpo de Bombeiros retornou ao local para controlar novos focos de incêndio. Segundo a equipe, o rescaldo tem o objetivo de apagar todos os focos remanescentes que podem reacender as chamas e que, neste caso, se encontravam por baixo do entulho.
Uma das comerciantes vizinha ao local, que prefere não ser identificada, conta que chegou para trabalhar às 7h40 sob forte fumaça e que acionou os bombeiros ao constatar que alguns materiais ainda estavam em chamas. “A gente não sabe ao certo quem mora nesta casa, mas vemos pessoas entrando ao longo do dia, principalmente catadores de recicláveis”, disse.
ACOLHIMENTO DIGNO
Uma outra comerciante destacou que o local se encontra em situação preocupante há mais de cinco anos. “Esse incêndio tem que chamar a atenção para as condições desse imóvel. Está mais do que na hora de os órgãos públicos criarem um projeto de acolhimento digno para essas pessoas. Todos correm riscos vivendo em locais assim. É mau cheiro, insetos, risco de incêndio e roubo. Esse imóvel nunca foi apropriado para moradia. Parece ter um senhor que cuidava e vivia aí, mas não há uma estrutura mínima.”
Todos correm riscos vivendo em locais assim. É mau cheiro, insetos, risco de incêndio”