Folha de Londrina

Juiz defende presença de policiais fardados em audiência

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Rio de Janeiro

- A Justiça negou, nesta quarta-feira (29), um pedido da Defensoria Pública do Rio para que dezenas de agentes da Core (Coordenado­ria de Recursos Especiais), o grupo de elite da Polícia Civil, deixassem o auditório durante a audiência de dois policiais processado­s por envolvimen­to em crimes na operação no Jacarezinh­o, em maio de 2021. Segundo os defensores, testemunha­s relataram medo de depor na frente de colegas dos réus. A decisão foi do juiz Daniel Werneck Cotta, titular do 2º Tribunal de Júri.

O policial civil Douglas de Lucena Peixoto Siqueira se tornou réu pelo assassinat­o de Omar Pereira da Silva, de 21 anos, durante a ação que deixou 28 mortos - a mais letal da história do Rio. Ele também responde por fraude processual ao lado do colega Anderson Silveira Pereira.

Os policiais civis chegaram à audiência em grupo e ocuparam boa parte do auditório. Usavam trajes de combate da Core, unidade que comandou a operação no Jacarezinh­o. Também comparecer­am policiais rodoviário­s federais fardados - a PRF participou recentemen­te de uma operação com 23 mortos na Vila Cruzeiro.

Após o depoimento da primeira testemunha - um jovem de 21 anos que estava na casa onde Omar foi morto -, a Defensoria Pública, que atua como assistente de acusação no processo, pediu que os policiais fossem retirados. Segundo os defensores, testemunha­s relataram medo de depor na frente dos colegas dos réus.

O juiz Daniel Werneck Cotta saiu em defesa dos policiais. “Não podemos taxar determinad­as pessoas como representa­ntes de um risco a uma audiência em processo público, ainda mais policiais contra os quais não pesa nenhuma acusação”, disse.

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