Folha de Londrina

Disputa ao governo põe histórico de reeleições à prova

Principais concorrent­es de Ratinho Jr., líder nas pesquisas e ausente nos debates, tentam evitar vitória do governador no primeiro turno

- Guilherme Marconi

Curitiba - Após 45 dias de campanha com promessas e disputas pela preferênci­a do voto, os mais de 8 milhões de eleitores paranaense­s irão às urnas neste domingo (2) escolher o próximo governador de Estado, que ocupará o cargo pelos próximos quatro anos, além dos 54 deputados estaduais que irão compor a Assembleia Legislativ­a, as 30 cadeiras do Paraná na Câmara dos Deputados e a única vaga ao Senado em disputa nessas eleições gerais.

No Estado, são 10 candidatos na disputa, pela ordem alfabética conforme nome de urna: Adriano Teixeira (PCO), Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), Gomyde (PDT), Joni Correia (DC), Professor Ivan (PSTU), Professora Angela (PSOL), Requião (PT), Solange Ferreira Bueno (PMN) e Vivi Motta (PCB). Na corrida ao Senado, também são 10 concorrent­es a uma vaga. Outros 632 candidatos disputam 30 vagas para deputado ou deputada federal e 902 concorrem às vagas de deputado estadual no Paraná.

Ao todo, nessas eleições gerais, só aqui no Estado foram registrada­s 1.583 candidatur­as, sendo que 1.513 pessoas estão aptas a disputar o pleito. São 55 candidatos concorrend­o “sub judice”, ou seja, os partidos apresentar­am recurso contra o indeferime­nto, mas ainda podem receber votos até que o registro seja julgado em definitivo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar do número expressivo de candidatos ao governo, apenas quatro dos nove candidatos tiveram inserções de propaganda no rádio e da televisão: Ratinho Junior, Requião, Gomyde e Professora Angela. Com uma coligação de 11 partidos e folga nas pesquisas, o candidato à reeleição marcou sua campanha pela ausência em debates em rádio e televisão. O chefe do Executivo também não participou de debates em áreas específica­s, como o promovido pela UEL (Universida­de Estadual de Londrina).

ANÁLISE

Para o cientista político e professor da UFPR (Universida­de Federal do Paraná) Emerson Cervi, a ausência de Ratinho Junior nos “confrontos” esteve relacionad­a diretament­e à grande diferença retratada nas pesquisas de intenção de voto com a falta de uma terceira força capaz de ajudar a empurrar a disputa para o segundo turno. “Não tivemos uma terceira força, um terceiro candidato, que poderia ajudar a levar o pleito para o segundo turno.”

O especialis­ta lembra que a situação de uma terceira via foi semelhante ao ano de 1998, quando o ex-governador Jaime Lerner foi reeleito também no primeiro turno. Naquela eleição, Roberto Requião foi seu principal adversário e fez 46% dos votos válidos, mas mesmo assim não conseguiu provocar o segundo turno. “Naquele pleito a soma de todos os outros candidatos resultou em apenas 2%. E o cenário mostra algo muito próximo este ano, porém com o Requião com percentual de intenção de votos muito mais baixo.”, analisa Cervi

Segundo o professor, a falta de um nome viável tornou a disputa no Paraná mais previsível, favorecend­o a reeleição do governador. “A política paranaense está numa entressafr­a”. A ausência do ex-senador Osmar Dias (PDT) em 2018 também havia favorecido Ratinho Junior. Com a falta do governador nos debates, os programas eleitorais de seus adversário­s foram pautados em críticas à atual gestão. A vantagem de Ratinho Jr. também é resultado do trabalho feito pelo governador para atrair prefeitos e deputados aglutinado­s ao partido dele, o PSD, que é a maior legenda do Estado e detém a maior bancada na Assembleia Legislativ­a (16 cadeiras). “Não só prefeito e vereadores, o governo trabalhou politicame­nte para isso, ainda com ajuda da máquina pública”, observa o professor.

 ?? ??
 ?? ?? Desde que a reeleição foi aprovada, em 1997, paranaense­s sempre reconduzir­am o governador ao Palácio Iguaçu
Desde que a reeleição foi aprovada, em 1997, paranaense­s sempre reconduzir­am o governador ao Palácio Iguaçu
 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil