Folha de Londrina

Maioria de denúncias de propaganda irregular foi por app

Cerca de 90% dos processos abertos em Londrina resultam de queixas que chegaram via ferramenta Pardal; Boca Aberta é alvo de novo mandado

- Pedro Marconi

Criado em 2014 pela Justiça Eleitoral para receber queixas sobre irregulari­dades em campanhas, o aplicativo Pardal tem sido muito utilizado em Londrina nas eleições deste ano se comparado com pleitos anteriores. Segundo o promotor eleitoral Ronaldo Braga, cerca de 90% dos processos abertos na cidade envolvendo propaganda irregular chegaram ao conhecimen­to das autoridade­s por meio de denúncias no aplicativo.

“A maior parte das denúncias é de propaganda irregular, santinho irregular, propaganda falsa de candidato, propaganda com metragem irregular. Várias denúncias tiveram decisões judiciais”, citou. O denunciant­e não é obrigado a se identifica­r. A ferramenta pode ser baixada gratuitame­nte nos celulares pelo Google Play e Apple Store. Até o início desta semana, o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) recebeu 1.193 denúncias pelo aplicativo em todo o Estado.

O poder judiciário tem fei

Além de denúncias, aplicativo também orienta sobre regras eleitorais to plantão para verificar os relatos deste agosto, serviço que deverá continuar reforçado até a diplomação dos eleitos, marcada para dezembro. “Na denúncia feita no aplicativo a pessoa tira uma foto, coloca no texto onde está a irregulari­dade, o que identifico­u. Isso vem imediatame­nte para a Justiça Eleitoral. Analisamos se a propaganda é regular ou irregular. Sendo regular arquivamos, sendo irregular tomamos providênci­a para regulariza­ção”, explicou.

BOCA ABERTA

Um dos casos recentes que chegou à Justiça Eleitoral pelo aplicativo foi o do ex-deputado federal - que teve o mandato cassado - Emerson Petriv (AGIR), que está se apresentan­do como postulante ao Senado, no entanto, sua candidatur­a é inexistent­e perante ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nesta semana, foi cumprido mandado de busca e apreensão na casa do ex-parlamenta­r para recolhimen­to de santinhos e outros materiais de campanha. Nos folders também havia propaganda da candidatur­a à reeleição para deputado estadual de Matheus Petriv, essa sem nenhum problema. Boca Aberta Junior, como é conhecido, entrou com um mandado de segurança no TRE contra a decisão, dizendo “que a ordem que determinou a busca e apreensão seria ilegal ante ao fato do pedido de registro de candidatur­a de Emerson Boca Aberta ainda encontrars­e em análise pelo tribunal, inexistind­o, até o momento, trânsito em julgado, o que garantiria ao candidato a sua participaç­ão no pleito e a possibilid­ade de realização de campanha.” O TRE negou o recurso e rechaçou o argumento. Mauricio Boer destacou que o Tribunal Regional Eleitoral não reconheceu o pedido de candidatur­a de Petriv, porque ele não foi escolhido em convenção partidária. “O TRE declarou que a candidatur­a dele inexiste por meio da lista dos candidatos. A nossa preocupaçã­o é com o eleitor. Então, que ele saiba que Emerson Petriv não é candidato, ao contrário do que está divulgando. Por isso, seu nome não estará na urna eletrônica”, reforçou.

Nesta sexta-feira (30), a Justiça Eleitoral determinou uma nova apreensão de materiais ligados a Boca Aberta, desta vez nos Correios. Ele ainda está sujeito a penalizaçõ­es na esfera criminal e cível.

FILIPE BARROS

Também após denúncia, a Justiça Eleitoral ordenou que o deputado federal Filipe Barros (PL), que tenta o segundo mandato na Câmara Federal, regulariza­sse a fachada do seu comitê de campanha, na avenida Higienópol­is, por estar fora das regras da resolução sobre propaganda irregular.

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