Folha de Londrina

Simone Mazzer lança ‘Deixa ela falar’, seu quarto álbum

Cantora londrinens­e dá voz a canções inéditas e regravaçõe­s no disco lançado neste final de semana pela gravadora Biscoito Fino

- Marcos Roman

O quarto álbum de Simone Mazzer acaba chegar às plataforma­s de streaming. Lançado neste final de semana, “Deixa ela falar”, tem como espinha dorsal músicas que falam sobre a quebra de padrões. Apostando em uma sonoridade contemporâ­nea, a cantora londrinens­e firmou uma parceria com o duo ANT-ART, formado pelos músicos Antônio Fischer-Band e Arthur Martau, que se revezaram em vários instrument­os tocados no disco. No repertório composto por dez faixas a intérprete coloca sua voz potente a serviço de canções assinadas por Duda Brack, Ava Rocha, Jards Macalé, Eduardo Dussek, Edu Lobo e Vinícius de Moraes, dentre outros compositor­es.

Música que dá título ao álbum, “Deixa ela falar” faz parte da trilha sonora do espetáculo teatral “Outros”, encenado pelo grupo mineiro Galpão. “A canção de Lydia Del Picchia e Luiz Rocha me chamou muito a atenção pela letra, que fala sobre esse sistema regido por um padrão que não contempla a todos”, pontua Simone. A canção “Sem lei” foi concebida a partir de um poema escrito pela atriz e cantora Duda Brack, que ficou impactada pelas interpreta­ções viscerais de Mazzer no palco. O texto dedicado à artista londrinens­e foi musicado por Iara Rennó.

Outro presente recebido para o disco foi “Mulheres livres”, composição de Bernardo Vilhena que ganhou parcerias de Arthur Martau e da própria cantora. Já “Corporal” foi composta por Ava Rocha, filha do cineasta Glauber Rocha, a pedido de Mazzer. A lista de inéditas conta ainda com “Olhos nus” (única faixa arranjada pelo músico Marcos Scolari), que é assinada pelo cantor e compositor Yantó, e “Desmanche” - feita por Duda

Brack em parceria com Simone, Martau e Fischer.

Lançada com o single por Simone há quatro anos, “Corpo” (Luisão Pereira) ganhou novo arranjo e orquestraç­ão: “Costumo dizer que essa música é o embrião do novo projeto, porque lá em 2018, eu já queria falar sobre esses corpos marginaliz­ados, silenciado­s, invisibili­zados. Ela foi o botão de start de tudo”, reforça a artista. A cantora também regravou “Conta Marinheiro” (Eduardo Dussek e Luiz Carlos Gois) e “O crime”(Jards Macalé e Capinam). “Eu a conheci em 2018, quando separávamo­s repertório para um show que fizemos juntos, Macalé e eu. Ele tocou essa música no violão e eu fiquei hipnotizad­a! Fiz questão de trazê-la para o álbum, porque ela trata de muitos sentimento­s que ocorrem no universo feminino forçosamen­te padronizad­o que a gente vive”.

O disco traz uma releitura para o clássico “Arrastão” (Vinícius de Moraes e Edu Lobo). “Eu realmente acredito que existem músicas que a gente não deve mexer, e a interpreta­ção da Elis é irretocáve­l. A nossa versão é uma homenagem à mulher que a Elis foi, a importânci­a que a música ganhou na voz dela, então, não tem malabarism­os para interpreta­r Arrastão. É só deixar a música brilhar”.

Simone ressalta que as temáticas abordadas pelas canções do disco foram valorizada­s pelos arranjos produzidos pelo duo ANT-ART. “Esses dois jovens têm um pensamento muito ligado com o que está acontecend­o mundo hoje. A sonoridade desse disco pra mim é muito especial. O álbum ficou mais puxado pro rock, mas se deixar de ser pop. Os arranjos não ignoram a dramaticid­ade das letras e contemplam várias situações: você pode ouvir com calma, com seu fone de ouvido, como também pode dançar e pode cantar junto”, ressalta Simone.

A cantora afirma que pretende incluir Londrina no roteiro da turnê de lançamento do novo disco. Devemos começar por São Paulo, em novembro. Quero muito levar esse show para a minha terra, como sempre faço”, conclui a artista.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil