Folha de Londrina

Empresas têm de ser reais desde o nascimento

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Muita gente pensa em startups como algo mágico. De fato, estas são uma categoria de empresa que atrai muita atenção, principalm­ente na área da tecnologia. Contudo, a realidade das startups é que vivem num mundo onde as leis dos negócios não se aplicam – incluindo aquelas coisas chatas como: receita financeira, fluxo de caixa, lucro.

O ponto interessan­te é que as startups geralmente são entidades que gastam dinheiro alheio até descobrir como faturar, já que esperam investir o mínimo possível em função de sonhos nas estrelas. Mas é aí que está o problema. Isto é uma lenda.

Toda empresa, nova ou antiga, é governada pelas mesmas forças de mercado e as mesmas regras da economia: entra receita, saem despesas. Conclusão: ou gera lucro ou vai à falência.

Startups tentam ignorar essa realidade. Muitas delas são administra­das por pessoas que procuram adiar o inevitável.

Ocorre que, em negócios, assumir uma atitude do tipo “no futuro a gente dá um jeito de gerar lucro” correspond­e a construir um sobrado de três andares num terreno arenoso e dizer: “Não é preciso fazer estaca nenhuma no alicerce. Quando chegarmos à cobertura, resolvemos tudo.” Uma empresa sem um plano para dar lucro imediatame­nte não é uma empresa, é um hobby.

Portanto, não use a ideia de startup como muleta. Abra um negócio de verdade. Empresas reais precisam lidar com coisas reais e se preocupam com ganhos desde o primeiro dia, sem ignorar os obstáculos dizendo: “Não esquenta – por enquanto somos uma startup.”

Administra­ção é realidade. Só assim as chances de vencer são reais.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina

A opinião do colunista não reflete, necessaria­mente, a da Folha de Londrina

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