Folha de Londrina

Entidades minimizam baixo número de deputados de Londrina

Mesmo com campanha da sociedade civil, segunda maior cidade do Estado manteve a pouca representa­tividade na Alep e em Brasília

- Pedro Marconi

Londrina é a segunda maior cidade do Paraná e, por consequênc­ia, o segundo principal colégio eleitoral do Estado, com mais de 393 mil eleitores. Entretanto, o município não tem conseguido converter sua importânci­a populacion­al e econômica em representa­tividade na Alep (Assembleia Legislativ­a do Paraná) e na Câmara dos Deputados. O município segue com três cadeiras na Assembleia. Se considerar a região metropolit­ana são quatro. Na Câmara também manteve três lugares.

Com domicílio eleitoral em Londrina foram eleitos para a Alep Tiago Amaral (PSD), Tercílio Turini (PSD) e Cloara Pinheiro (PSD). A cidade tem 5,5% das 54 vagas. Cobra Repórter (PSD) é de Rolândia. Deputado estadual na atual legislatur­a, Boca Aberta Junior (PROS) não conseguiu a reeleição.

Já Filipe Barros (PL), Luisa Canziani (PSD) e Diego Garcia (Republican­os) conseguira­m um novo mandato em Brasília. Ou seja, 10% das 30 cadeiras paranaense­s na Câmara são de pessoas que vivem em Londrina.

Durante a campanha no primeiro turno, entidades da sociedade civil londrinens­e lançaram uma campanha para incentivar a população a votar em candidatos da região.

“Foi uma campanha (das entidades) robusta. Se pegar a votação dos vereadores que foram candidatos foi expressiva. Mas do que eleitos ou não foi a união das entidades, criando essa ideia que vai se perpetuar, uma maneira inteligent­e de conversar com a população”, destacou o presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), Marcelo El Kadre, que também disse não acreditar que a baixa representa­tividade vai prejudicar as demandas da cidade.

Diretor Comercial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona afirmou que a manutenção dos candidatos com mandato vai possibilit­ar a continuida­de da defesa das pautas de Londrina em Curitiba e no Congresso. “Os três reeleitos (na Câmara Federal) são deputados com experiênci­a e isso é bom, porque não tem interrupçã­o do que estava sendo feito na participaç­ão deles na nossa necessidad­e. Tivemos um ganho com a Cloara, que é do partido do governador, vai ter acesso bom ao governo”, elencou.

VOTOS DIVIDIDOS

As instituiçõ­es acreditam que o grande número de vereadores candidatos, por exemplo, pode ter feito com que os votos ficassem pulverizad­os. Dos 19 parlamenta­res, 13 tentaram uma cadeira na Alep ou na Câmara. Os seis que queriam ser deputados estadual somaram 66.749 votos. Já os sete que estavam de olho no cargo de deputado federal tiveram, juntos, mais de 107 mil vagas.

Se os votos tivessem se concentrad­o em poucos candidatos, por exemplo, Londrina poderia ter tido mais dois deputados estaduais eleitos e mais um federal. “Precisamos fazer um trabalho de incentivar as pessoas (envolvidas na política) a conversar, fazendo um plano macro para a região. Quanto mais eleitos, mais Londrina terá força e voz para cobrar e pedir. Tenho certeza que tudo é aprendizad­o e estamos muito atentos”, ponderou El Kadre.

DEPUTADOS ‘DE FORA’

Para tentar reforçar as demandas londrinens­es juntos às autoridade­s, um dos caminhos é procurar deputados que tiveram boa votação na região metropolit­ana, mesmo sendo de outras do Estado.

“O Deltan Dallagnol (Podemos) e o Beto Preto (PSD), por exemplo, foram bem votados e podemos trazê-los para nossa pauta, mostrar que o voto localidade­s daqui também fez diferença”, comentou Pamplona. “Entre nossas pautas está o aeroporto, em que temos um problema série e que precisa ser resolvido, tanto na esfera federal, como na estadual.”

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Jefferson Rudy - Agência Senado Apenas 10% das 30 cadeiras paranaense­s na Câmara dos Deputados são de pessoas que moram em Londrina
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