Folha de Londrina

Na Câmara, renovação da bancada do Paraná é de 36%

Estado terá 11 novos deputados federais na próxima legislatur­a

- José Marcos Lopes Especial para a FOLHA Curitiba -

O Paraná terá 11 novos deputados federais a partir do próximo ano, nove deles eleitos pela primeira vez. Nomes tradiciona­is como Rubens Bueno (Cidadania) e o ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) não conseguira­m a reeleição. Já os deputados estaduais Tadeu Veneri (PT), Paulo Litro (PSD) e Tião Medeiros (PP) foram eleitos no último domingo e estarão na Câmara a partir de 2023. Outro destaque é Carol Dartora (PT), vereadora em Curitiba e primeira mulher negra eleita deputada federal pelo Paraná.

A renovação da bancada paranaense neste ano foi de 36%, inferior à das eleições de 2018, quando 50% (15 do total de 30 parlamenta­res) foram reeleitos. O mais votado neste ano foi o ex-procurador de Justiça Deltan Dallagnol. O ex-chefe da força tarefa da operação Lava Jato no Paraná teve 344.917 votos, seguido por Gleisi Hoffmann (PT), com 261.247, Filipe Barros (PL), com 249.507, e Beto Preto (PSD), com 206.898.

Os parlamenta­res mais antigos da bancada paranaense que não conseguira­m se reeleger neste ano foram Rubens Bueno, Gustavo Fruet e Hermes Parcianell­o (MDB). Parcianell­o foi eleito pela primeira vez em 1994 e obteve 87.097 votos neste ano (em 2018, conseguiu 110.717 votos). Ele ficou na suplência do MDB.

Rubens Bueno foi duas vezes deputado estadual na década de 1980 e conseguiu se eleger como deputado federal pela primeira vez em 1990. Foi prefeito de Campo Mourão, entre 1993 e 1996, e voltou à Câmara Federal em 1998, 2014 e 2018, quando obteve 76.471 votos. A votação caiu para 42.321 neste ano, o que o deixou na primeira suplência do Cidadania.

Gustavo Fruet também viu sua votação cair significat­ivamente. Em 2018, teve 113.252 votos, número que caiu para 47.565 neste ano. O pedetista foi vereador em Curitiba e eleito deputado federal pela primeira vez em 1998. Prefeito de Curitiba entre 2013 e 2016, perdeu a disputa pela reeleição e voltou à Câmara na eleição de 2018. A Folha tentou contato nesta segunda (3) com Rubens Bueno e Gustavo Fruet, mas as assessoria­s deles informaram que os deputados não vão se pronunciar por enquanto.

Outros que não conseguira­m

se reeleger foram Aroldo Martins (Republican­os), Luizão Goulart (Solidaried­ade), Christiane Yared (PP) e Marco Brasil (PP). Ney Leprevost (União Brasil), que era deputado federal, foi eleito deputado estadual neste ano. Outros que não estarão na Câmara no ano que vem são Aline Sleutjes (PROS) e Paulo Martins (PL), que disputaram uma vaga no Senado, Osmar Serraglio (MDB) e Valdir Rossoni

(PSDB), que não tentaram a reeleição.

NOVIDADES

Além de Deltan Dallagnol, Tadeu Veneri, Paulo Litro, Tião Medeiros e Carol Dartora, assumirão o mandato de deputado federal pela primeira vez no ano que vem Beto Preto (PSD), ex-secretário de Estado da Saúde; Matheus Laiola (União Brasil), delegado do Meio Ambiente em Curitiba; o ex-governador Beto Richa

(PSDB); e Geraldo Mendes (União Brasil). Os ex-deputados Dilceu Sperafico (PP) e Nelson Padovani (União Brasil) também foram eleitos no domingo e voltam à Câmara. Padovani foi eleito em 2010 e 2014. Sperafico foi deputado por seis mandatos, desde 1994, e não conseguiu se reeleger em 2018.

Primeira mulher negra eleita deputada federal pelo Paraná, Carol Dartora disse que os 130.654 votos recebidos no domingo foram uma “resposta história” do movimento negro no Paraná. Nascida em Curitiba, ela é graduada em História, especialis­ta em Filosofia, mestre em Educação e doutoranda em Tecnologia e Sociedade.

“Ser a primeira eleita é uma resposta histórica da luta que o movimento negro e de mulheres negras vem fazendo há muitos anos. Desde que saímos da escravizaç­ão a gente vem lutando por inclusão da população negra na sociedade brasileira”, afirmou Carol Dartora. “O Paraná é um estado que de certa maneira ficou atrasado por um racismo estrutural muito grande e por ter inviabiliz­ado a população negra por muito tempo. É resultado dessa luta histórica, mas também de um momento em que a classe trabalhado­ra sentiu a necessidad­e de um avanço”.

 ?? CMC/Divulgação ?? “Ser a primeira eleita é uma resposta histórica da luta que o movimento negro e de mulheres negras vem fazendo há muitos anos”, declarou Dartora
CMC/Divulgação “Ser a primeira eleita é uma resposta histórica da luta que o movimento negro e de mulheres negras vem fazendo há muitos anos”, declarou Dartora

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil