Folha de Londrina

Dino entrega a Lula pacote que pune ataques extremista­s

- Cézar Feitoza, Victoria Azevedo e Julia Chaib - Brasília -

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, apresentou nesta quinta-feira (26) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um pacote de ações jurídicas como resposta aos ataques de 8 de janeiro em Brasília.

As medidas - dois projetos de lei, uma medida provisória e uma PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) - preveem a criação de uma guarda nacional responsáve­l pela proteção da Esplanada dos Ministério­s e da praça dos Três Poderes; a regulament­ação das redes sociais, sob o argumento de que é preciso evitar que a internet seja usada para disseminar conteúdos de teor antidemocr­ático; e o endurecime­nto de punições para quem atenta contra o Estado democrátic­o de direito.

Também está previsto um projeto para reorganiza­r as competênci­as da segurança pública do Distrito Federal. As medidas devem ser apresentad­as pelo presidente Lula ao Congresso em resposta aos ataques. No último dia 8, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes.O Ministério da Justiça estuda, por exemplo, punições como a perda de cargo público e impossibil­idade de fazer concurso, além da criação de novos tipos penais para quem atentar contra a vida dos chefes dos Três Poderes.

Em outra frente, o governo do petista quer impor obrigações para big techs reduzirem conteúdo golpista. Como a Folha de S.Paulo mostrou, segundo o texto da proposta de lei, as plataforma­s terão o “dever de cuidado” de impedir que se dissemine conteúdo que peça a abolição do Estado democrátic­o de direito, encoraje a violência para deposição do governo e incite, publicamen­te, animosidad­e entre as Forças Armadas e os Poderes.Dino anunciou o envio das propostas a Lula em entrevista à imprensa. Durante o comunicado, o ministro disse que as regras relacionad­as às redes sociais não são considerad­as pelo governo uma regulament­ação sobre as big techs.

“Não é norma penal, [a medida provisória] só cria regras para as plataforma­s. Não é regulação da internet, não se confunde com temática das fake news. Do mesmo modo, consideram­os que as plataforma­s terão suas próprias responsabi­lidades, com a retirada de conteúdos, podendo haver sanções. É algo bem focado exclusivam­ente em crimes voltados contra o Estado Democrátic­o de Direito e o terrorismo”, disse.Segundo Dino, as propostas devem ser analisadas por Lula e outras áreas do governo antes do envio, em fevereiro, para o Congresso Nacional.

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