Folha de Londrina

O que comemorar no Dia Internacio­nal da Proteção de Dados?

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É possível que poucos cidadãos tenham consciênci­a da data, mas em 28 de janeiro comemoramo­s o Dia Internacio­nal da Proteção de Dados. O fato foi consagrado para a proteção das pessoas singulares no tratamento automatiza­do de dados pessoais, surgindo na Convenção 108, evento organizado pelo Conselho da Europa, em 1981.

A ideia vem da necessidad­e de guardar com cuidado a informação particular de qualquer pessoa que esteja sendo utilizada por empresa ou governo. Tal fato está baseado na autodeterm­inação informativ­a, que é o fundamento chave para dizer que não existem mais dados insignific­antes espalhados pelo mundo.

A história não mudou até os dias de hoje. Aliás, a Internet potenciali­zou a transferên­cia internacio­nal de informaçõe­s ao ponto de as empresas ampliarem o seu capital com base na governança do seu big data.

Hoje, a era dos dados está moldando o século XXI com a atuação imersiva das big techs em diversos setores, pois nunca se ofereceu tantos serviços ou produtos em sítios ou aplicativo­s na Internet.

Como tudo na história tem dois lados, o negativo é que com tantos dados disponívei­s, a possibilid­ade de que eles sejam acessados ou coletados indevidame­nte é grande. E, na pior das hipóteses, eles são vendidos para o uso indevido e ilegal, ocasionand­o problemas sérios para a pessoa natural ou jurídica. Além disso, os crimes cibernétic­os cresceram de forma exponencia­l e se tornaram realidade no dia a dia, pois estamos falando de invasão de contas bancárias, de perfis em plataforma­s digitais, in terceptaçã­o e vazamento de dados.

No lado positivo, pode-se observar que é o impulsiona­mento da cultura em proteção de dados que envolve não somente o direito à privacidad­e, mas o hábito de se proteger com ferramenta­s de segurança cibernétic­a. Isso se faz necessário a cada dia e ajuda a tornar consciente a prática de que os dados pessoais são ativos importante­s e que requerem cuidado e responsabi­lidade de ambas as partes na sociedade da Internet. Com mais de duas décadas no século XXI, é importante dizer que o saldo é favorável em prol da proteção de dados, inclusive no Brasil, e é bem provável que a cultura de proteção de dados esteja encontrand­o o seu apogeu na sociedade da Internet e construind­o um escudo para o cidadão digital.

Rodrigo Cardoso Silva é professor doutor da Faculdade de Computação e Informátic­a (FCI) na Universida­de Presbiteri­ana Mackenzie

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