Folha de Londrina

Como ganhar milhas aéreas usando o cartão de crédito

Professor de finanças lembra que milhagem deve ser pensada sempre como um capital e o ideal é que cliente pesquise e faça simulações

- Lucas Catanho Especial para a FOLHA

As tão cobiçadas milhas fazem parte de um programa de recompensa­s, geralmente ligado a um cartão de crédito. À medida que o consumidor gasta no cartão, vai recebendo uma pontuação que pode ser trocada por produtos, viagens, estadia, locações de carro, entre outros bens.

Allan Esron Pereira Inacio, professor de finanças da PUCPR, lembra que a milha sempre deve ser pensada como um capital, então o seu uso deve ser bem planejado.

“O ideal é o cliente simular quanto as milhas custam para converter em dinheiro, para comprar passagem (pesquisar o preço da passagem em dinheiro para comparar), fazer a simulação com hotel, sempre analisando onde está mais vantajoso para fazer essa conversão”, explica.

O programa de milhas, se está associado a uma empresa aérea, só pode ser usado na companhia.

“Mas a pontuação do cartão de crédito você pode transferir para companhias aéreas ou fazer uso direto com o programa do seu banco, para comprar passagem, converter em dinheiro, comprar produtos, locar carros e hotéis. Você pode ter benefícios como até pontuação dobrada, para conseguir uma viagem gratuita, obter produto que deseja ou ter retorno em dinheiro”, lista.

TROCA PARCIAL

No caso de trocar os pontos por passagens, Inacio explica que é possível fazer uma troca parcial, ou seja, pode ser parte de uma passagem aérea com milhas e a outra em dinheiro.

“Se o consumidor tiver paciência e pesquisar bastante, existem diversas promoções temporária­s de trechos de viagens inteiras, e ele pode fazer bons negócios.”

OUTROS TIPOS DE PROGRAMA

O docente explica que o programa de milhas é mais conhecido através do uso cartões de crédito, mas não é o único tipo de origem da pontuação. “Existem redes de postos de gasolina que dão milhas, mas os programas são mais famosos por conta do cartão.”

No entanto, não é todo cartão de crédito que tem programa de milhas associado. “Há alguns modelos de cartão sem anuidade, tipo Nubank, sem programa de milhas associado. Não cobram anuidade, mas não têm programa de recompensa­s.”

PONTOS

O professor explica que a pontuação recebida depende do cartão de crédito e do relacionam­ento do cliente com o banco.

“Há cartões que pagam 0,8 ponto por cada dólar gasto, 1 ponto por dólar, 1,2, até 2,2 pontos por dólar gasto na fatura do cartão. Os gastos são convertido­s em pontos, e os pontos você pode passar para uma companhia aérea, por exemplo, de maneira que a pontuação passa a ser chamada de milhas.”

Pontos e milhas expiram, sendo que o prazo depende de cada contrato. Podem expirar em 1 ou em 2 anos, caso não seja feita a utilização.

O programa de milhas é bem simples de gerar. “O banco emite os tutoriais e nos sites das companhias é bem fácil fazer os cadastros, vai gerar um login e senha e o cliente vai depositand­o as suas milhas como se fosse dinheiro. Quando tiver interesse, vai lá e converte em passagem, em produto ou em dinheiro para fazer a utilização”, conclui.

ESPECÍFICO

Elaine Watanabe, CEO da Esfera (empresa de recompensa­s do Santander Brasil), lembra que cada cartão de crédito tem um pacote de benefício específico. “Independen­temente disso, qualquer cliente pode se cadastrar, fazer parte da Esfera e acumular pontos participan­do das nossas campanhas.”

No caso da Esfera, ela explica que não é apenas com cartão de crédito que se acumulam pontos. Outra forma, por exemplo, é fazer uma compra em determinad­o parceiro e acumular pontos a cada real gasto.

“Temos os maiores varejistas do Brasil e parceiros de diversos segmentos, desde viagem até moda, artigos esportivos, decoração, eletroelet­rônicos, pet shop, dentre outros. Semanalmen­te temos novas ofertas com diversas marcas e pontuações.”

O economista Vicente Antonio de França Filho começou a utilizar milhas há 24 anos. Hoje, ele faz parte de quatro programas de milhagens – Gol, Latam, Azul e American Airlines.

Durante esse período, são incontávei­s as vezes que ele utilizou milhas para viajar. Cancun, Nova York e Deserto do Atacama foram as viagens com milhas mais marcantes vividas nesse período. Somente no ano passado, as milhas foram utilizadas para ele embarcar para quatro capitais brasileira­s: Recife, Florianópo­lis, Belo Horizonte e Goiânia.

Além de utilizar as milhas para adquirir passagens, Vicente faz uso das milhagens para locação de veículos. “Sem milhas eu viajaria bem menos. Elas são muito importante­s principalm­ente quando há promoções, sendo que consigo trechos bem em conta”, pontua.

Ele destaca ainda outras vantagens para os passageiro­s frequentes, como facilidade de antecipaçã­o de voos, sala vip, assentos especiais gratuitos e embarque prioritári­o.

“Isso estimula programarm­os mais viagens para manter um bom status dentro de cada programa. Eu acompanho também sempre alguns sites especializ­ados na internet que dão dicas de como aproveitar melhor as milhas, as promoções e vantagens”, conclui.

Sem milhas eu viajaria bem menos. Elas são muito importante­s principalm­ente quando há promoções”

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IStock “Se o consumidor tiver paciência e pesquisar bastante, existem diversas promoções temporária­s de trechos de viagens inteiras, e ele pode fazer bons negócios”, diz professor
 ?? Arquivo pessoal ?? O economista Vicente França Filho (na foto, em Veneza) usa milhas há 24 anos e integra hoje quatro programas de milhagens
Arquivo pessoal O economista Vicente França Filho (na foto, em Veneza) usa milhas há 24 anos e integra hoje quatro programas de milhagens
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