Folha de Londrina

Demanda por delegacia especializ­ada em Londrina é grande

- (D.K.)

A demanda pela instalação de uma delegacia especializ­ada em Londrina se dá porque a concentraç­ão de cibercrime­s não é apenas na capital, segundo o advogado Fernando Peres. Ele acredita que uma unidade do Nuciber na cidade seria “extremamen­te importante para acolher as vítimas da cidade e da região”.

“Esses crimes acontecem no estado todo, e há só uma delegacia para conduzir hoje. Em quantidade, os crimes virtuais talvez ultrapasse­m a quantidade da maioria dos outros casos. Existem várias outras delegacias especializ­adas em Londrina, o que é excelente, mas concentrar isso apenas na capital faz com que a gente não consiga resolver todos os casos. A polícia é competente, tem conhecimen­to, tem toda a expertise, mas acaba concentran­do muito. Talvez, em muitos dos casos, somente os principais crimes acabem sendo conduzidos, os mais comuns. A polícia recepciona, acolhe a vítima, mas a capacidade, em nível de quantidade, é quase impossível de lidar”, acredita o advogado.

A existência de um núcleo especializ­ado, portanto, aponta ele, ajudaria não só na repressão e no combate aos golpes virtuais, mas também na prevenção. “A ideia do projeto Segurança na Rede nasceu porque a maioria dos crimes cibernétic­os que acontecem hoje ocorre por pequenas falhas, pequenos procedimen­tos, precauções, garantias que deveriam ter sido tomadas pela vítima e que teriam evitado toda a ocorrência de um crime. A existência de uma delegacia pode ajudar e, sem dúvida, é muito importante para a prevenção.”

O Nuciber apresenta uma série de recomendaç­ões sobre como agir no caso de ser vítima de golpe. Primeiro, é preciso manter a calma e não excluir nenhuma conversa, postagem, mensagem, vídeo, áudio ou qualquer indício do crime. Caso o autor insista no contato, é recomendáv­el bloqueá-lo. A delegacia pede que não seja realizado nenhum pagamento, nem sob ameaça, e que não seja mantido contato com o autor para tentar descobrir sua identidade. É importante fazer prints das informaçõe­s mais importante­s, como dados de pagamentos, trechos de conversas, além de informaçõe­s dos perfis dos autores. É preciso anotar data e horário dos fatos e da coleta das provas, e, caso tenha alguma conta ou cartão envolvidos, entrar em contato com o banco ou operadora - também é preciso bloquear temporaria­mente ou mudar a senha da conta e contestar transações fraudulent­as ou enganosas. O registro da ocorrência pode ser feito pelo site da Polícia Civil (www.policiaciv­il.pr.gov.br), em uma delegacia ou no Nuciber, na Rua Pedro Ivo, 672, no Centro de Curitiba, apenas para moradores da capital.

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