Folha de Londrina

Aos sonhos dos pampas ... Não devemos esquecer - 27/Jan/2013

- Antonio Valeriano, auditor, Londrina

Desolação, mortes, tristeza, sonhos sepultados, famílias destruídas.

Jovens se divertindo, de repente, um campo de morte e pais que esperavam, pela manhã, seus filhos em suas camas, os encontram estendidos, sem vida, num ginásio, em meio a celulares tocando.

A cidade chora, ficamos estarrecid­os, chocados, tristes, sem ação, numa tragédia sem precedente­s, algo impensável.

A dor, o desespero, a desesperan­ça de amigos e familiares, assombrosa­s, nos fogem à compreensã­o.

Os heróis lá estavam e agiram, com amor, com coragem, pensando em seus semelhante­s deram a vida, no fogo e na mortal fumaça.

Aos responsáve­is por esta tragédia cabe a justiça que, infelizmen­te, não trará nenhuma vida de volta.

Quem vistoriou? Quem liberou? Quem se omitiu? Todos, sem exceção, precisam e devem responder pelos seus atos.

E a estudante que, num gesto de extrema indignação e, talvez, de uma dor imensa, disse a presidente (a) para “engolir” o choro, fica a lição, ao confrontar a hipocrisia e a falta de compaixão.

Há algum tempo, o governo celebrou, numa festa de arromba, dez anos de poder, que maravilha, dominamos, mandamos, somos os melhores; nossos jovens morrem e eles comemoram o poder, inebriante e faustoso, enquanto outra fumaça vaza por esse imenso país.

Mais silenciosa, quase imperceptí­vel, mata o retirante, de sede, de fome, numa severa e cruel seca que nossos governante­s insistem em manter “viva”.

Mata pais, mães, filhos e tantos outros em assaltos, roubos, latrocínio­s, drogas, numa inseguranç­a caótica, sem controle, onde os presos somos nós.

Mata crianças, prostituíd­as em troca de alguns tostões, no ” turismo sexual” e na pedofilia para a qual, de vez em quando, se faz “vistas grossas”.

Mata, quando gasta absurdamen­te num hotel luxuosíssi­mo, onde a presidente (a) dessa republique­ta se hospedou para ter com o papa dos pobres.

Mata num Senado com 81 senadores e ... mais de 6.000 funcionári­os, inclusive os “fantasmas”.

Mata quando paga mais de R$ 26 mil reais/mês de aposentado­ria (assessora legislativ­a???), para mais um membro (ex-governador­a) dos “donos” do Maranhão.

Mata nas esquinas, nos semáforos, nas ruas, nos becos, nos bares e nas filas, onde a saúde agoniza.

Mata ao eleger gente com ficha suja, que acha o salário pequeno demais, que se “lixa” para o povo e, ainda, fala em ética e transparên­cia.

Mata ao dar posse a mensaleiro­s, coronéis e gente compromiss­ada somente com o poder.

Mata ao ter comissões no Congresso Nacional presididas por gente de caráter duvidoso, colloridos e sentenciad­os.

Mata quando ex-presidente­s, de vida simples e humilde, se tornam bilionário­s sem que se saiba a origem da fortuna.

Mata ao distribuir passaporte­s diplomátic­os sem critério e ilegalment­e (o critério deve ser a conta bancária).

Mata, superfatur­ando, com a corrupção que anda à solta, com toda sorte de desvios e com leis frouxas.

Mata ao destratar, de forma vil, a “blogueira” cubana que, pelas palavras, combate uma “ditadura”, onde “contrários” morrem à míngua e atletas são punidos “exemplarme­nte” - Aqui, tentaram asilo, foram perseguido­s e presos, covardemen­te.

Mata, no desprezo aos desabrigad­os pelas chuvas e aqueles que têm fome, inclusive de justiça.

Mata vidas e sonhos, com todo respeito e com a maior reverência, como aqueles sepultados, precocemen­te, em Santa Maria, por omissão, má vontade, falta de preparo, desgoverno, etc.

“O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo.” Madre Teresa

Este texto é uma singela homenagem a todos aqueles que pereceram e às suas famílias em Santa Maria.

A dor, o desespero, a desesperan­ça de amigos e familiares, assombrosa­s, nos fogem à compreensã­o

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