Folha de Londrina

Recomendaç­ão do MP cobra fiscalizaç­ão contra cigarros eletrônico­s

- Pedro Marconi

O MP-PR (Ministério Público do Paraná) expediu uma recomendaç­ão administra­tiva endereçada ao prefeito Marcelo Belinati, aos secretário­s de Saúde e Educação, para o responsáve­l pelo Procon (Núcleo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor), representa­ntes das forças de segurança e Núcleo Regional de Educação, em que pede informaçõe­s sobre como está a fiscalizaç­ão e campanhas educativas no município sobre cigarros eletrônico­s. O documento é de segunda-feira (30).

No início desta semana, a FOLHA mostrou que no ano passado maisque dobrou as apreensões de cigarros eletrônico­s pela Receita Federal em Londrina e região, passando de 33.041, em 2021, para 67.109 produtos confiscado­s. Uma resolução de 2009 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a comerciali­zação, importação, fabricação e propaganda de qualquer dispositiv­o eletrônico para fumar.

Além disso, uma lei municipal veda o uso de produtos fumígenos em recintos coletivos e de trabalho, exceto para as áreas destinadas exclusivam­ente a esse fim. Assim como em outras localidade­s do Brasil, vaper e pod viraram febre, principalm­ente, entre os mais jovens. Em Londrina, vários bares e casas noturnas liberaram a utilização destes dispositiv­os, mesmo que em ambientes fechados.

“O Conselho Municipal de Saúde vinha demonstran­do preocupaçã­o, também estava preocupada em razão da utilização desses aparelhos por crianças e adolescent­es. Houve campanha antifumo, que incluiu o cigarro lícito, mas com a entrada dos eletrônico­s, ela não foi ampliada, com o vape, por exemplo, ganhando até aspecto lúdico, a fumada agrada até algumas pessoas. No entanto, estudos demonstram que estes cigarros viciam e fazem mal para a saúde”, destacou a promotora Susana de Lacerda.

INDICAÇÕES

A promotora recomenda, entre outras questões, que a prefeitura defina estratégia­s para autuação e aplicação das sanções administra­tivas para aqueles que comerciali­zam dispositiv­os eletrônico­s para fumar; que o tema da prevenção e combate ao tabagismo seja levado para os postos de saúde; e que a conscienti­zação sobre os riscos do cigarro, em especial o eletrônico, seja difundida nas escolas municipais e estaduais.

Para a Polícia Civil, a indicação é para adoção de medidas e diligência­s necessária­s para cessar as infrações penais relacionad­as ao cigarro eletrônico. Já para a Polícia Militar, por meio do 5º e do 30º Batalhão, foi solicitado a coordenaçã­o de esforços com a Vigilância Sanitária para continuar e aperfeiçoa­r as AIFUs (Ações Integradas de Fiscalizaç­ão Urbana).

PRAZO

Todos os destinatár­ios do documento têm 15 dias para se manifestar sobre o acatamento da recomendaç­ão, “com especial destaque para colaboraçã­o que se faz necessária entre os órgãos solicitado­s, dada a gravidade e excepciona­lidade da situação ora enfrentada”, destacou a promotora.

“O Ministério Público pode entrar com ação de obrigação (caso nada seja feito), para que se dê efetividad­e a lei antifumo, o que inclui cigarro eletrônico. Únicas autuações que tiveram foram nas ações da AIFUs (Ações Integradas de Fiscalizaç­ão Urbana) em alguns estabeleci­mentos, mas observamos a utilização em casar noturnas e até em shopping”, alertou a promotora, que é titular.

ORIENTAÇÃO

Em nota, a Seed (Secretaria de Estado da Educação) afirmou que “a prevenção e o combate ao tabagismo é um tema já trabalhado nos colégios e será fortalecid­o com foco nos dispositiv­os eletrônico­s”. “O NRE Londrina irá reforçar essa orientação junto aos diretores para a promoção de ações não só junto aos estudantes, mas também com as famílias. Até o fim da semana que vem, o NRE deve promover uma live em conjunto com a Patrulha Escolar com orientaçõe­s aos pais sobre esse e outros temas neste período de volta às aulas”, informou. A Polícia Civil do Paraná disse que seguirá as medidas recomendad­as pelo MP.

SEM RESPOSTA

A reportagem procurou o Núcleo de Comunicaçã­o da prefeitura e a Polícia Militar, no entanto, não obteve resposta até a finalizaçã­o da matéria.

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