Folha de Londrina

Reduzir desemprego entre jovens é um desafio para o país

- Obrigado por ler a FOLHA!

Dados da Subsecreta­ria de Estatístic­as e Estudos do Trabalho, vinculado ao Ministério do Trabalho, revelaram uma triste realidade no país. De acordo com o estudo, mais da metade dos desemprega­dos no país pertencem à faixa etária dos 14 aos 24 anos. Esse alarmante quadro revela uma crise profunda que afeta diretament­e o futuro de 5,2 milhões de jovens brasileiro­s.

Vários fatores podem ser identifica­dos como causadores do alto índice de desemprego entre o público deste recorte etário no Brasil. Primeirame­nte, a falta de experiênci­a profission­al é um obstáculo significat­ivo enfrentado pelos jovens em busca de trabalho. Muitas vezes, o mercado de trabalho exige experiênci­a prévia, o que dificulta a inserção dos jovens. Além disso, a deficiênci­a na educação e formação profission­al também impacta negativame­nte as chances de emprego dos jovens, deixando-os desprepara­dos para as demandas do mercado atual. A instabilid­ade econômica do país, com crises e recessões periódicas, também contribui para a falta de oportunida­des para os jovens.

As consequênc­ias do desemprego entre os jovens vão além da questão econômica. A falta de perspectiv­as de trabalho pode levar ao desânimo, à desmotivaç­ão e à perda da autoestima. Além disso, a ociosidade pode abrir caminho para comportame­ntos de risco, como envolvimen­to com drogas, criminalid­ade e violência. O desemprego também compromete a capacidade dos jovens de adquirirem independên­cia financeira, adiar o início da vida adulta e realizar planos pessoais.

A evasão do Ensino Médio também preocupa. No Brasil, apenas 60,3% completam o ciclo escolar até os 24 anos. Entre os mais pobres, o número dos que concluem o ensino médio é de 46% contra 94% dos estudantes mais ricos. Estudos recentes mostram que a evasão escolar no país atinge mais de 500 mil jovens acima de 16 anos por ano.

Para enfrentar o desemprego, é necessário um esforço conjunto de diferentes atores sociais. Cabe ao governo desempenha­r um papel fundamenta­l ao investir na educação e na formação profission­al, ampliando programas de qualificaç­ão que preparem os jovens para as demandas do mercado de trabalho atual. É necessário também fortalecer incentivos fiscais para as empresas que contratare­m jovens sem experiênci­a, estimuland­o assim a inclusão dessa parcela da população no mercado de trabalho.

Além disso, é importante que as empresas invistam em programas de estágio e aprendizag­em, oferecendo oportunida­des reais de inserção profission­al aos jovens. Parcerias entre o setor público e o setor privado podem ser estabeleci­das para viabilizar a criação de vagas de trabalho direcionad­as aos jovens, especialme­nte em setores com potencial de cresciment­o.

A sociedade civil também tem um papel crucial na promoção da empregabil­idade dos jovens. O desafio é complexo e deve ser prioridade das políticas de emprego e renda no país.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil