Mortes provocadas por incêndios florestais no Chile superam 120
Incêndios florestais no Chile já causaram a morte de ao menos 122 pessoas, informou o Ministério do Interior do país. Mais cedo, o presidente Gabriel Boric, que já havia decretado estado de emergência devido à situação, disse que o número de mortes continuaria a “crescer significativamente”.
“Estamos diante de uma tragédia de grande magnitude”, afirmou o líder em pronunciamento transmitido pela TV. “É a maior tragédia que tivemos desde o terremoto de 2010”, acrescentou, referindo-se ao terremoto de magnitude 8,8 seguido de um tsunami que, ocorrido em fevereiro daquele ano, deixou mais de 500 mortos.
O fogo assola a região turística de Valparaíso, no centro do país, desde a sexta-feira (2), assim como áreas no sul do território. Nos últimos três anos, o país sul-americano tem passado por catástrofes semelhantes durante o verão. Ao mesmo tempo, os incêndios desta semana já são considerados o fenômeno mais letal a acometer a nação da última década.
Há centenas de desaparecidos, e a cifra de óbitos aumenta enquanto os bombeiros se esforçam para controlar as chamas. Além das perdas humanas, estima-se que entre 3.000 e 6.000 residências tenham sido afetadas.
“Aqui não restou uma única casa”, lamentou a aposentada Lilián Rojas, 67. Ela vivia perto do Jardim Botânico de Viña del Mar, que desapareceu completamente, segundo ela contou à agência de notícias AFP entre os escombros e cinzas do bairro.
Rojas afirmou que as chamas engoliram casas em questão de minutos na sexta. Após ver um foco distante de fumaça, ela foi brevemente para o quarto assistir à televisão e, quando saiu para olhar a rua, as pessoas já estavam correndo, contou ela.
Em toda a região, conhecida por suas praias turísticas e produção vitivinícola, participam da contenção do fogo e do resgate da população 17 brigadas de bombeiros e 1.300 soldados e voluntários civis.
Desde quarta-feira (31), as temperaturas se aproximam dos 40°C na zona central do Chile.