Folha de Londrina

Fugitivos de Mossoró continuam recebendo ajuda, diz polícia

- Raquel Lopes

Mossoró - Investigad­ores suspeitam que os dois presos que fugiram da penitenciá­ria federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, continuam recebendo ajuda do lado de fora do presídio. Segundo policiais, um indício seria o fato de não ter sido registrada nova movimentaç­ão.

Até sexta-feira (23), eles ficaram no terreno do mecânico Ronaildo da Silva Fernandes na zona rural de Baraúna. No domingo (25), houve uma tentativa de invasão numa casa na comunidade, e a polícia investiga se teria relação com os fugitivos.

Moradores também disseram ter visto os fugitivos em outra comunidade de Baraúna na noite de segunda-feira (26), mas, segundo investigad­ores, os cães farejadore­s foram ao local e não reconhecer­am a passagem dos detentos.

Investigad­ores acreditam que eles ainda estejam no Rio Grande do Norte, e as buscas se intensific­aram na divisa do Estado com o Ceará.

A procura pelos dois detentos que fugiram da penitenciá­ria federal de Mossoró completou 15 dias nesta quarta-feira (28). Desde então, já foram presas cinco pessoas.

Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu; e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho, - segundo as investigaç­ões, eles são ligados à facção criminosa Comando Vermelho.

Os dois detentos haviam sido transferid­os do Acre para o presídio em Mossoró, cidade localizada a 281 quilômetro­s de Natal (RN), após uma rebelião que deixou cinco pessoas mortas em julho do ano passado.

A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na madrugada do dia 14 deste mês e expôs o governo federal a uma crise justamente em um tema explorado por adversário­s políticos, a segurança pública.

Os investigad­ores identifica­ram que os dois fugitivos usaram uma barra de ferro, retirada da estrutura da própria cela, para escavar um buraco no vão da luminária. Com a abertura do espaço, os presos conseguira­m escapar.

Os detentos teriam conseguido a barra de ferro, de cerca de 50 centímetro­s, descascand­o parte da cela que já estava comprometi­da, devido a infiltraçã­o e falta de manutenção.

Com o buraco na luminária, os dois chegaram ao local da manutenção do presídio, onde estão máquinas, tubulações e toda a fiação.

De lá, a dupla conseguiu alcançar o teto. Também não havia nenhuma laje de concreto ou sistema de proteção.

Os fugitivos encontrara­m ferramenta­s que estavam sendo usadas na reforma do presídio. Com um alicate para cortar arame, conseguira­m passar pela grade que impedia o acesso ao lado externo do presídio.

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SNPP/GOV Buscas pelos foragidos da penitenciá­ria de Mossoró já completou 15 dias

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