É preciso avançar na proteção às mulheres, dizem parlamentares
A deputada estadual Flávia Francischini (União Brasil) comemora os avanços dos últimos anos, mas pede uma reflexão sobre a violência cometida contra as mulheres e as desigualdades no mercado de trabalho. “Temos avanços importantes a comemorar. Mas há muito ainda para refletir e lutar enquanto houver no Brasil um feminicídio a cada seis horas, um estupro a cada oito minutos, feminicídio atingindo índices recordes e as mulheres ganharem em média 21% a menos do que os homens”, diz a parlamentar, que está em seu primeiro mandato na Assembleia (ela foi vereadora em Curitiba entre 2020 e 2022).
Francischini diz que as mulheres têm mais sensibilidade para as causas sociais. “Uma habilidade que faz diferença em todas as esferas. As mulheres têm essa inteligência, um olhar sensível para causas importantes da sociedade, com condições de promover uma política mais humanizada. A presença das mulheres na política reforça que todos somos iguais, que também somos capazes de fazer e estar onde, quando e com quem quisermos. Garantir a presença da mulher na vida pública política é um dever e um compromisso.” Na quinta-feira (7), a Assembleia realizou uma solenidade em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, convocada pela parlamentar.
Maria Victoria (PP), deputada estadual que está em seu terceiro mandato, avalia que é preciso avançar na proteção. “A bancada feminina da Assembleia Legislativa, a maior da história, trabalha unida durante o ano inteiro em todas as ações que envolvem as causas femininas. Já avançamos muito em termos de legislação, na ocupação de lugares e na representatividade, porém ainda há muito a ser feito, principalmente para garantir proteção e os direitos das mulheres.”
Para a parlamentar, é preciso lembrar a luta de ativistas do passado e promover a união entre as mulheres para que haja mais mudanças. “O mês das mulheres é mais do que uma comemoração, é um convite para a sociedade refletir, reconhecer e se unir por mudanças. É o momento de lembrar as mulheres do passado, que desafiaram as normas e os padrões. E de celebrar as mulheres do presente, que constroem o futuro.”
Uma das sete mulheres na Câmara de Londrina, a vereadora Lenir de Assis (PT), destaca que “a trajetória de participação política feminina tem avanços significativos, desde o primeiro voto feminino, em 1934, resultado da luta de mulheres corajosas, até elegermos uma representante nossa para a Presidência da República, Dilma Rousseff”.
Assis avalia que há dispositivos importantes na legislação para ampliar a participação da mulher na política. Mas a presença na política ainda é muito tímida. “Se pegarmos os números da última eleição, somos apenas 9% na Câmara de Deputados, 10% no Senado; apenas duas governadoras; 673 prefeitas, 9 mil vereadoras. E não temos diversidade, que é pilar da democracia. Onde estão as negras, as indígenas, as jovens? São pouquíssimas”, afirma
Para a vereadora, o avanço na participação política da mulher exige um posicionamento firme contra sexismo, misogenia, violência de gênero na política. “Exige levarmos o debate sobre o voto na mulher para as comunidades, grupos familiares, de trabalho, de amigos; exige a educação de meninas e meninos no sentido de que a política é lugar de mulher.”