Quênia promete missão ao Haiti para conter crise
São Paulo - Em um vaivém de informações que transcorre durante um dos momentos mais dramáticos vividos pelo Haiti, o presidente do Quênia, William Ruto, afirmou na tarde desta quartafeira (13) que seu país enviará uma missão policial à nação caribenha em breve.
A informação foi compartilhada pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, que falou com Ruto por telefone. De acordo com ele, o presidente queniano disse que as forças seriam enviadas assim que algum conselho de transição seja constituído para governar o país.
A atualização também vem a público apenas um dia após a chancelaria em Nairóbi anunciar a suspensão do envio de seus mil homens.
O país africano assumiu perante a ONU (Organização das Nações Unidas) a responsabilidade de liderar uma missão multinacional para ajudar a polícia nacional haitiana a combater as gangues armadas e proteger a infraestrutura urbana.
Mas, aprovada em outubro passado pelo Conselho de Segurança -com apoio do Brasil -, a missão até hoje não foi colocada de pé.
Diversos fatores pesaram para o seu atraso, sendo um deles a resistência do Supremo do Quênia em autorizar o envio dos homens sugerido pelo governo do país. Também entrou nessa equação a dificuldade de conseguir policiais suficientes para serem enviados, quadro que poderia mudar após o Benin afirmar recentemente que estaria disposto a enviar 2.000 homens para o Haiti.
A crise escalou no início desta semana com a renúncia do premiê Ariel Henry que, no mais, tampouco havia sido eleito para o cargo. Ele assumiu a gestão do país, há muito em crise, após o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021. As investigações sobre o caso ainda estão em andamento e tiveram como um dos últimos desdobramentos a revelação de que a viúva de Moïse é uma das acusadas pelo crime.