Encenação no Aterro do Igapó mesmo sob chuva
Com toda a estrutura para receber um público de até 10 mil pessoas, a chuva mudou os planos de muitas pessoas e as cadeiras brancas vazias eram prova disso no Aterro do Lago Igapó onde estreou, neste domingo (24), o tradicional espetáculo “Paixão de Cristo”. Mas um número bastante expressivo de pessoas não perdeu o ânimo.
Com capa de chuva, blusa de capuz e até sem proteção, parte do público compareceu ao Aterro para prestigiar a encenação. Os guarda-chuvas se transformaram em parte do cenário - e também foram um sinal de persistência.
Considerado o maior espetáculo teatral público de Londrina e região, a encenação da “Paixão de Cristo” chega a sua 47ª edição com duas novidades: uma apresentação extra que aconteceu neste domingo - e a participação no elenco de pessoas com deficiência.
O arcebispo Dom Geremias Steinmetz participou da missa de abertura e em entrevista à FOLHA observou a importância da apresentação extra. “Um espaço muito bonito e, além da oportunidade para mais pessoas, uma forma de valorizar a cidade. “O arcebispo também elogiou a participação dos jovens.
ATORES E PÚBLICO
Acompanhado de Tabata, sua mãe, o estudante Ricardo Gamaliel, 14 anos, estava na primeira fila. Integrante da Pastoral do Dízimo, do Grupo de Jovens GAAC e do Movimento Kairós, participa das ações na Paróquia Santo Antônio, no Jardim Cafezal. Ele e a mãe gostaram muito da opção de ver o espetáculo no aterro.
Integrante do elenco, Cláudio Júnior representa um dos soldados e não esconde a emoção pela participação. “Não tenho palavras”. Morador de Cambé, atua como gesseiro e considera que o clima chuvoso não seja uma dificuldade, principalmente se lembrarmos os sacrifícios feitos pela humanidade nesta encenação.
De acordo com o diretor do espetáculo em Londrina, Davi Dias, a apresentação extra deste domingo (24), no Aterro do Lago Igapó, tem como principal objetivo levar o espetáculo a mais pontos da cidade e, consequentemente, dar a oportunidade de acesso a mais pessoas.
Embora reconheça os desafios, a disposição é maior. “Exige bastante empenho, mas estamos planejando para o próximo ano contemplar outros pontos da cidade em 2025”, adianta. A sessão do Centro Social Urbano (CSU), na Vila Portuguesa será na Sexta-Feira Santa (29), como de costume.
Criado em 1978, inicialmente para os moradores da região central de Londrina, ano a ano a qualidade do trabalho cresceu. “A partir da década de 80, o evento atingiu marcas surpreendentes ao ser apresentado para públicos com milhares de pessoas como relatadas nos jornais da época.
A organização indica que o espetáculo “Paixão de Cristo” mobiliza cerca de 500 pessoas entre o elenco e a produção. “A média é de 350 pessoas no elenco. São moradores de diversos lugares de Londrina e cidades vizinhas”, explica.