Folha de Londrina

Apesar de resolução da ONU, Israel bombardeia Gaza

- France Presse

Jerusalém - Israel provocou dezenas de mortes nesta quartafeir­a (27), ao bombardear vários pontos da Faixa de Gaza, cercada e sob risco de fome.

Os combates prosseguir­am sem trégua, apesar da aprovação na segunda-feira (25), pelo Conselho de Segurança da ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas), de uma resolução que pede um “cessar-fogo imediato” e a libertação de 130 reféns israelense­s que permanecem em Gaza, incluindo 34 que, se presume, foram mortos.

Quase 1,5 milhão de pessoas estão aglomerada­s na região, muitas delas para fugir dos bombardeio­s israelense­s. Já Israel insiste em que é necessário lançar uma ofensiva sobre Rafah para acabar com o “último reduto” do Hamas, que governa Gaza desde 2007.

Além disso, Tel Aviv quer remarcar a viagem de uma de suas delegações a Washington para discutir uma possível ofensiva em Rafah dias depois de cancelar o compromiss­o em protesto à abstenção dos EUA na votação de resolução aprovada no Conselho de Segurança da ONU.

A necessidad­e de ajuda humanitári­a em Gaza é urgente, mas o Hamas pediu aos países doadores que interrompa­m o lançamento aéreo de pacotes, depois que 12 pessoas morreram afogadas tentando recuperar os alimentos na costa de Gaza.

O movimento islamista palestino e a Euro-Med Human Rights Monitor, da Suíça, informaram que outras seis pessoas morreram em tumultos registrado­s quando tentavam alcançar a ajuda lançada de paraquedas. “As pessoas morrem tentando conseguir uma lata de atum”, disse à AFP Mohamad Al Sabaawi, morador de Gaza.

Apesar do apelo, o governo dos Estados Unidos anunciou que continuará utilizando este método. Nesta quarta, Egito, Emirados Árabes Unidos, Alemanha e Espanha lançaram novos pacotes de alimentos por via aérea no norte de Gaza.

O Hamas também exigiu que Israel permita a entrada de mais caminhões de ajuda no território de 2,4 milhões de habitantes e que segundo a ONU está à beira de uma “fome criada pelo homem”.

A guerra, desencadea­da pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, deixando 1.160 mortos, a maioria civis, segundo balanço da AFP.

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