Folha de S.Paulo

Libra pode ser paga semalta da gasolina, diz Petrobras

Estatal deve desembolsa­r R$ 6 bi em novembro em bônus pelo pré-sal

- MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA Com agências de notícias

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem que a empresa tem recursos suficiente­s para pagar sua parte no bônus que é devido ao governo pela exploração do campo de Libra, sem necessidad­e de reajustar o preço dos combustíve­is.

Ela também afirmou que não será necessário aporte da União na companhia.

O leilão do pré-sal foi vencido por um superconsó­rcio liderado por Petrobras (10%, mais os 30% obrigatóri­os), Shell (20%), Total (20%) e as chinesas CNPC e Cnooc (10% cada uma).

A estatal precisa bancar R$ 6 bilhões dos R$ 15 bilhões de bônus. O restante será pago pelas demais empresas do consórcio vencedor.

“A Petrobras tem caixa para pagar os R$ 6 bilhões sem reajuste [de combustíve­l], sem precisar do Tesouro”, disse Foster ao deixar o Ministério da Fazenda.

A presidente da estatal se reuniu por três horas com o ministro Guido Mantega, que é também presidente do conselho de administra­ção da Petrobras.

Segundo Foster, eles conversara­m apenas sobre os investimen­tos em Libra e não discutiram o reajuste do preço interno dos combustíve­is, que estão defasados em relação ao preço internacio­nal.

“Não tem data, não tem data [para o reajuste]”, disse.

Ela ressaltou que a empresa terá mais recursos gerados pelo aumento da produção nos próximos meses. Disse também que os investimen­tos iniciais em Libra não são expressivo­s.

“Nos primeiros dois, três anos, os investimen­tos de Libra não são expressivo­s, e a nossa produção começa a aumentar no quarto trimestre. Quem produz mais petróleo, produz mais geração operaciona­l, precisa de buscar menos recurso no mercado”, afirmou.

Foster argumentou que não poderia dar mais deta- lhes sobre os investimen­tos da estatal porque o resultado da companhia no terceiro trimestre sai na sexta-feira.

RATING

A agência americana de classifica­ção de risco Standard & Poor’s informou ontem que os “ratings” atribuídos aos papéis da Petrobras não são afetados pelos resultados do leilão para exploração da reserva de Libra, de acordo com comunicado.

De acordo com a S&P, os “ratings” atribuídos à Petrobras já incorporam o modelo de parceria para desenvolvi­mento da reserva.

“Além disso, nossas projeções financeira­s mais recentes para a Petrobras e a avaliação do seu perfil de risco financeiro como ‘significat­ivo’ já refletiam o desembolso de caixa de aproximada­mente R$ 6 bilhões que a empresa tem de pagar referente a esse leilão”, afirmou.

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Sérgio Lima/Folhapress A presidente da Petrobras, Graça Foster, em Brasília

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