Folha de S.Paulo

Goiás em1 º é surpresa; Alagoas emúltimo, não

- ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

O primeiro lugar de Goiás no Ideb de 2013, no ranking do ensino médio público, foi surpreende­nte. E a última posição de Alagoas já era esperada.

Foi assim que os representa­ntes dos professore­s nos dois Estados reagiram aos índices nesta sexta ( 5).

“Não acreditamo­s que o Ideb reflita o cresciment­o da qualidade da educação em Goiás. Não temos motivo para nos alegrar”, disse Bia de Lima, presidente do Sintego ( sindicato de trabalhado­res em educação).

Para ela, o ensino médio público é justamente o gargalo no Estado, que teve nota 3,8, subindo quatro posições emrelação a 2011.

Segundo a professora, Goiás tem alto índice de evasão escolar, e os alunos estão trocando as escolas públicas pelas particular­es.

“Um dos motivos para esse pequeno cresciment­o[ na nota] é pelo número de alunos que perdemos. Quanto menos pessoas você avalia, maior a chance de elas terem resultado melhor.”

Ela não soube informar a taxa de evasão no Estado.

Bia de Lima afirma ainda que Goiás tem um deficit de 9.000 professore­s e critica o salário médio, de R$ 2.500. “Éridículo. Qualquer pessoa em nível médio ganha mais do que professor pós- graduado em Goiás.”

As queixas são semelhante­s em Alagoas, último do ranking, com a nota 2,6 — a mesma de 2011, quando também foi lanterna.

Segundo Maria Consuelo Correia, presidente do Sinteal ( sindicato de trabalhado­res da educação), os professore­s ganham 39% a menos do que qualquer profission­al com nível superior no Estado. Osalário médio, diz, é de R$ 2.300.

Para ela, a última posição já era esperada. “Perdemos mais de 90 mil alunos. O caos está instalado aqui em Alagoas.”

A Folha procurou as secretaria­s de Educação de Goiás e Alagoas. Nenhuma respondeu aos questionam­entos até a noite.

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