Folha de S.Paulo

ao DUELO sol

Mercedes- Benz A 45 AMG e Audi RS Q3 são esportivos com fórmulas distintas: o primeiro é um hatch para se apaixonar ao volante, e o segundo, um crossover com cara de mau para o dia a dia

- RODRIGO MORA

Parece difícil decidir entre o Mercedes- Benz A 45 AMG e o Audi RS Q3. A faixa de preço é a mesma, os números de desempenho são quase idênticos, ambos são luxuosos e equipados e carimbam em seus donos o selo do status.

Mas a escolha é simples, bastando se perguntar o que se quer de cada um: a essência de um carro esportivo ou só sua imagem.

Ohatch da Mercedes se encaixa no primeiro estereótip­o, sendo penoso no dia a dia, mas encantador quando dirigir deixa de ser uma mera função para ser umprazer.

A suspensão dura castiga na cidade e exige do dono um amor incondicio­nal pelo carro para que ele não seja substituíd­o por algo mais usável. Do interior, qualquer pequena ondulação parece ter o triplo do tamanho.

A compensaçã­o chega em uma estrada sinuosa. A direção, assistida eletricame­nte, é obediente e afiada, encaixando a frente do carro onde o motorista quer.

A dureza da suspensão revela seu contrapont­o: o A 45 AMGé“colado” ao chão. Apenas em situações extremas ele tende a sair de frente.

Quanto ao motor, basta dizer que trata- se do 2.0 quatro cilindros produzido em série mais potente do mundo. Os 360 cv lançam o compacto de 1.555 kg aos 200 km/ h nos mesmos 17,6 segundos que um compacto popular leva para chegar aos 100 km/ h.

As trocas de marcha são temperadas por um estouro ( proposital) que, à noite, numa rua deserta, pode acordar a vizinhança. O único defei-

O RS Q3 está mais para o departamen­to de marketing do que para o de engenharia; a posição ao volante é mais alta que

no rival to do câmbio Speedshift DCT 7 é a teimosia. Nas reduções, o condutor tenta diminuir uma marcha, mas ela só entra quando o sistema quer, em rotações mais baixas.

SEGUNDO ANDAR

Aprimeira dica de que o RS Q3 não tem a esportivid­ade na alma é sua posição de pilotagem: alta e com o volante inclinado, discordant­e com o que reza a cartilha dos automóveis de performanc­e, que exigem assento rente ao assoalho e volante totalmente na vertical.

Mas o Q3 apimentado, primeiro SUV da Audi trabalhado pela divisão RS, cumpre bem outros quesitos obrigatóri­os para um esportivo.

Seu motor 2.5 tem 310 cv, e isso significa que poucos modelos vão alcançá- lo numa arrancada. O câmbio, igualmente automatiza­do, com duas embreagens e sete marchas, é mais preciso e rápido do que o do rival.

O visual faz jus à proposta, com grandes rodas que ajudam a tração integral ( como no A 45) a mantê- lo estável.

Seu limite de aderência chega antes, consequênc­ia dos centímetro­s a mais na altura. Em contrapart­ida, no Audi a experiênci­a urbana é muito mais relaxada do que no Mercedes.

Certa de que o dono de um RS Q3 raramente o levará a uma pista — e portanto não terá adrenalina no corpo o bastante para fazer as mãos suarem—, a Audi não equipou o modelo com volante revestido em alcântara, como no A 45 AMG.

Nem são suas prioridade­s, mas o A45 ainda foi mais econômico e leva com mais conforto quem vai atrás.

Mais envolvente ao volante, o A 45 AMG faz jus à linha esportiva da Mercedes. Mais do que o RS Q3 à da Audi.

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No A 45 AMG há volante em alcântara para reter o suor das mãos, bancos envolvente­s e posição mais esportiva
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