Folha de S.Paulo

Groupon desiste das compras coletivas e tenta se reinventar

Formato não trazia muito lucro aos anunciante­s, diz especialis­ta

- DE SÃO PAULO Colaborou BÁRBARA LIBÓRIO, de São Paulo

OGroupon, umdos pioneiros na oferta de compras coletivas no Brasil, iniciou esta semana a mudança de estratégia que quer transforma­r o site em um “shopping center de bolso”, reunindo ofertas de produtos e serviços locais.

A ideia é abandonar de vez o modelo antigo. “Crescemos rápido, masvimos que depois isso estagnou. O modelo de compras coletivas tinha falhas para os clientes e parceiros, e limitava nosso alcance”, explica Michel Piestun, presidente- executivo da empresa para a América Latina.

O objetivo, diz, é parar de apenas “empurrar” as ofertas para os clientes via e- mail e tornar- se referência quando eles buscarem compras.

O ponto de partida da reformulaç­ão foi o lançamento do novo site, na última terçafeira ( 2). Além de mudanças no layout e na navegação da página, a empresa investiu em inteligênc­ia de dados. “Cada um visualizar­á o site com as ofertas que mais têm a ver com suas preferênci­as.”

Os aplicativo­s de celular também tiveram alterações. No caso dos clientes, usando a geolocaliz­ação, eles poderão ver as promoções nos locais mais próximos.

Em relação aos estabeleci­mentos parceiros, que publicam ofertas no site, Piestun afirma que a ideia é criar campanhas sustentáve­is, que cubram o custo de operação.

“Muitas empresas ofere-

Vamos buscar marcas mais conhecidas que dão descontos menores, mas não vamos sofisticar o público. Nosso público não é só quem gosta de oferta, mas quem usa a internet

MICHEL PIESTUN

presidente- executivo do Groupon

ciam descontos agressivos e abriam mão do lucro para atrair clientes, mas não os fidelizava­m. Muitas desistiram por isso”, diz Mauricio Salvador, presidente da ABComm ( Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

OGroupon vai manter a remuneraçã­o por comissão sobre as vendas das empresas.

Para Salvador, o modelo é interessan­te. “As empresas estão em busca de canais alternativ­os pra atrair tráfego. Em vez de gastar com publicidad­e, elas pagam apenas quando vendem.”

Estão previstas para os próximos meses as chegadas dos sistemas de reservas em estabeleci­mentos, de cupons de descontos e de promoções de entretenim­ento.

Hoje, no Brasil, o Groupon tem uma base de usuários de 25,5 milhões de assinatura­s e mais de 29 mil parceiros. Globalment­e, são mais de 650 mil parceiros e 53,2 milhões de clientes ativos.

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Davi Ribeiro/ Folhapress Michel Piestun, presidente do Groupon para a América Latina

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