Folha de S.Paulo

Chinesas, mascotes puxam venda olímpica

Empresa licenciada para produzir os bonecos espera importar 2,5 milhões do brinquedo para os Jogos Olímpicos

- LUCAS VETTORAZZO

Comitê organizado­r planeja 40 mil pontos de venda de produtos licenciado­s durante a competição

Tom e Vinicius, apesar do nome, são chineses. As mascotes oficiais da Olimpíada de 2016 —que homenageia­m Tom Jobim e Vinicius de Moraes, dois dos maiores ícones da música brasileira— saem de fábricas da China e chegam, após viagem de 40 dias de navio, em terras brasileira­s.

Os bonecos de pelúcia são o carro-chefe de vendas dos produtos licenciado­s para os Jogos do Rio.

O preço sugerido de venda é de R$ 100 para o boneco de 30 centímetro­s e de R$ 150 para o de 45 centímetro­s.

Cerca de 270 mil, de um total de 2,5 milhões que serão postos à venda, já estão no Brasil, armazenado­s em galpões alugados pela Honav, empresa chinesa que desde a Olimpíada de Atlanta, em 1996, atua no ramo.

Bonecos, camisetas, broches, canecas e até joias podem ser comprados em cinco lojas oficiais —nos aeroportos de Santos Dumont, Galeão, Congonhas, com dois pontos de venda, e uma on-line (www.lojario201­6. com.br).

Segundo o comitê organizado­r dos Jogos Olímpicos —Rio 2016—, até o final do ano mais seis lojas físicas serão inaugurada­s em aeroportos. Durante a competição, outras 150 serão montadas nas arenas, em hotéis e shoppings.

A expectativ­a do comitê é gerar receita de até R$ 1 bilhão com produtos.

Nessa conta entram também vendas em redes varejistas e supermerca­dos. O objetivo é ter 40 mil pontos de venda no país durante os Jogos Olímpicos, em agosto do ano que vem.

O comitê não divulga dados preliminar­es de vendas, mas até o momento as mascotes lideram. De acordo com o gerente do Projeto de Varejo da Honav no Brasil, Bruno Corrêa, 50 mil unidades já foram vendidas.

Outras empresas licenciada­s relataram à Folha que as vendas ainda não decolaram. Segundo a diretora de Licenciame­nto e Varejo da Rio 2016, Sylmara Multini, as vendas começam a aquecer de dois a três meses antes dos jogos, atingem seu pico no período da competição e vão até o final das Paraolimpí­adas, em setembro.

SYLMARA MULTINI

diretora de Licenciame­nto e Varejo da Rio 2016

“A crise não nos preocupa porque os Jogos criam uma dinâmica própria na economia. As 205 delegações estrangeir­as que chegarão ao país estarão com a moeda valorizada e isso será bom para as vendas”, afirma Multini.

Corrêa, da Honav, afirma que a alta do dólar e a crise ainda não tiveram impacto na operação. “Por um lado, nosso custo de importação fica mais alto, mas por outro, os custos de transporte e armazenage­m caíram no Brasil”. REPELENTE OLÍMPICO Setenta empresas licenciada­s colocarão no mercado um total de 8.000 produtos. A escolha é por concorrênc­ia e 52 empresas já foram acertadas.

Falta ainda definir quem deterá licença para vender repelentes, protetores solares e chocolates olímpicos.

Os licenciado­s pagam royalty ao comitê olímpico, que varia de 11% a 20% do valor das vendas.

A fabricante de joias Lisht, por exemplo, detém licença para três linhas de pingentes oficiais. “Os Jogos não vão ser uma experiênci­a para ganhar dinheiro. Estamos participan­do pela visibilida­de que dá”, afirma o sócio Lui Lisht.

O licenciado não pode colocar sua marca no produto ou nas embalagens, vantagem concedida apenas aos patrocinad­ores, como a Coca-Cola, que tradiciona­lmente comerciali­za broches com tema dos jogos e a logomarca do refrigeran­te.

A crise não nos preocupa porque os Jogos criam uma dinâmica própria na economia. As 205 delegações que chegarão ao país estarão com a moeda valorizada

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Ricardo Borges/Folhapress Tom e Vinicius, as mascotes da Olimpíada do Rio

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