Mais de 100 mil novos deslocados” na Síria, disse.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou nesta terça-feira (27) que mais de 700 mil migrantes e refugiados chegaram à Europa pelo mar neste ano. Mais de 3.210 morreram na tentativa de alcançar o continente.
Ao todo, 705,2 mil migrantes e refugiados cruzaram o Mediterrâneo. A maioria (562.355, ou seja, 64%) desembarcou no litoral da Grécia. A Itália recebeu cerca de 140 mil, segundo o Acnur.
Para o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a crise migratória na região ainda vai piorar.
Tusk citou “uma nova onda” de refugiados procedentes de Aleppo [norte sírio] e das regiões que têm sofrido com os bombardeios da aviação russa, “que provocou NÚMERO CRESCENTE O número de pessoas que procuram asilo na Europa tem crescido continuamente ao longo do ano.
Outubro foi o mês com o maior número de chegadas, apesar da piora das condições meteorológicas, que aumenta os perigos da viagem pelo mar.
Cerca de 170 mil imigrantes chegaram à Europa neste mês pelo Mediterrâneo –em outubro de 2014, foram menos de 40 mil.
“O número de chegadas continua sendo elevado na Grécia, apesar do agravamento das condições meteorológicas durante o fim de semana”, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) em nota.
Segundo a OIM, em outubro, mais de 160 mil pessoas chegaram à Grécia a partir da Turquia. Desse total, mais de 99 mil desembarcaram na ilha de Lesbos, 22 mil em Quios, 21,5 mil em Samos e 7.500 em Leros.
A Itália recebeu 7.230 migrantes em outubro, contra mais de 15 mil no mesmo período do ano passado.
A OIM atribui a queda ao fato de que os sírios não passam mais pela Itália para chegar à Europa, e sim pela Turquia e pela Grécia.
Segundo o comitê da ONU, do total de pessoas que chegaram à Europa pelo mar, 65% eram homens, 14% mulheres e 20% crianças.
Mais da metade dos refugiados saiu da Síria. O Afeganistão e o Iraque são os outros dois principais países de origem dos migrantes.
Além desses três países, os migrantes partiram da Eritreia, da Nigéria, do Paquistão, da Somália, do Sudão, de Gâmbia e de Bangladesh.
A chegada de centenas de milhares de migrantes resultou na pior crise de migração na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
E o fluxo não mostra nenhum sinal de diminuir.
Segundo a OIM, 5.239 pessoas chegaram à Grécia no sábado e 4.199 no domingo passados, dias 24 e 25.
“Devemos nos esforçar, porque corremos o risco de não estarmos à altura do desafio”, declarou o presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, durante debate no Parlamento Europeu.
O político de Luxemburgo também criticou a lentidão com que a UE implementa o plano de distribuição de refugiados a partir de centros de registro localizados na Itália e na Grécia.