Folha de S.Paulo

O governo venezuelan­o não se pronunciou sobre as declaraçõe­s de Mejía.

- SAMY ADGHIRNI

DE CARACAS

O comandante do Exército da Colômbia, general Alberto Mejía, disse nesta terça (27) que os mandantes do ataque atribuído ao Exército de Liberação Nacional (ELN) que matou 11 soldados e um policial na noite de domingo estão escondidos na Venezuela.

A ação guerrilhei­ra, ocorrida horas depois de eleições locais cujo resultado foi favorável ao governo, também resultou na captura de dois soldados, cujo paradeiro é desconheci­do.

O ELN não havia se pronunciad­o sobre o ataque até a conclusão desta edição.

Caso confirmada a autoria, seria o ataque mais letal desse grupo guerrilhei­ro contra a força pública desde o início dos confrontos armados, nos anos 1960, segundo contagem da ONG Centro de Recursos para a Análise de Conflitos (Cerac).

O general Mejía disse que “não há nenhuma dúvida” sobre a autoria da ação e afirmou que o chefe do ELN, Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como “Gabino”, e seu círculo mais próximo estão no país vizinho.

Segundo Mejía, isso explica a forte presença do ELN em regiões fronteiriç­as.

O general não deixou claro se enxerga possível cumplicida­de das autoridade­s venezuelan­as com a guerrilha, que, segundo ele, possui 3.000 combatente­s armados. CLANDESTIN­IDADE Em anos recentes, supostos vínculos entre Caracas e guerrilhei­ros das Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia (Farc) geraram fortes atritos entre os governos venezuelan­o e colombiano.

Ao contrário das Farc, que mantêm desde 2012 diálogo de paz formal com o governo, o ELN continua na clandestin­idade e na ofensiva.

No último ataque, guerrilhei­ros atacaram com fuzis um comboio militar com cerca de 30 soldados que levava urnas contendo os votos de comunidade­s indígenas instaladas numa área montanhosa

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