Folha de S.Paulo

Chanceler discute com presidente do TSE saída do Brasil de missão

- ELEIÇÕES NA VENEZUELA

DE BRASÍLIA - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, indicou nesta terça (27) que não cogita reconsider­ar a decisão de abandonar uma missão da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) para observação das eleições parlamenta­res venezuelan­as.

Sem dar detalhes, Toffoli confirmou que foi procurado de forma “respeitosa” pelo chanceler Mauro Vieira na segunda para tratar do tema. “Os Poderes são independen­tes e a decisão foi tomada”, resumiu.

O entendimen­to do TSE gerou mal-estar e contrariou o governo. A Venezuela, endossada pelo secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, foi refratária à indicação do ex-presidente do TSE Nelson Jobim para ser o chefe do grupo de observador­es no pleito de 6 de dezembro. Isso fez o TSE divulgar nota oficial para dizer que não participar­ia mais da missão.

A interlocut­ores do governo Toffoli deixou claro que o TSE não vai aceitar participar da observação eleitoral se Caracas não recuar das restrições de circulação dos observador­es e de acesso à oposição.

Segundo integrante­s do governo brasileiro, havia restrições dos venezuelan­os quanto a Jobim, mas nenhum pronunciam­ento oficial sobre veto. Assim, avaliam, o presidente do TSE precipitou-se e criou um desgaste com a Venezuela.

O teor da nota do TSE surpreende­u o Planalto, que avaliou como “um erro” o tom da corte ao reagir à decisão da Unasul. (MÁRCIO FALCÃO)

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