Ataque aéreo saudita atinge hospital de ONG no Iêmen
A China fez um protesto formal aos Estados Unidos nesta terça-feira (27) depois que um navio de guerra americano passou próximo a ilhas artificiais construídas por Pequim em uma área disputada com as Filipinas.
O incidente diplomático acontece enquanto Pequim reforça sua presença militar nos mares do Sul e do Leste da China. Isso provocou a irritação de aliados americanos na Ásia, como filipinos, sul-coreanos e japoneses.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores chinês disse que a embarcação dos EUA foi alertada antes de entrar nas águas das ilhas Spratly, que fazem parte da área em disputa com as Filipinas.
Para Pequim, o gesto foi uma “provocação deliberada” dos americanos. “A ação tomada pelo navio de guerra ameaçou a soberania da China e interesses securitários e pôs em perigo a segurança do pessoal nos recifes.”
Em resposta à manobra, o vice-chanceler chinês, Zhang Yesui, convocou o embaixa- O que são As Spratly são um arquipélago com mais de 750 barreiras de coral, ilhotas e ilhas no mar do Sul da China reivindicadas por China, Taiwan, Filipinas, Malásia e Brunei. Elas se espalham por uma área de 425,000 km² dor americano em Pequim, Max Baucus, para fazer o protesto formal das autoridades locais. Em visita ao Senado, o secretário de Defesa, Ashton Carter, confirmou a passagem do navio:
“Não gosto da ideia de falar sobre operações militares, mas o que você leu no jornal é correto”, disse, em resposta ao senador John McCain.
Carter afirmou que a embarcação passou a 12 milhas náuticas (22,2 km) do arquipélago, limite estabelecido pelas autoridades chinesas como sua área de soberania.
O círculo de controle reivindicado pelos chineses, porém, não é válido pelo Tratado de Mar da ONU. Pelo documento, o estabelecimento de soberania não vale para territórios construídos. PRESSÃO Na mesma reunião no Senado, o secretário de Defesa disse que as operações dos Estados Unidos na Ásia continuarão nos próximos meses. “Haverá operações navais naquela região nos próximos dias e haverá mais outras nas próximas semanas e meses”, disse Carter.
A ação americana é parte da estratégia de pressionar a China contra sua crescente presença nos mares do Sul e do Leste da China. Há dois anos, Pequim vem aterrando áreas sobre uma coluna de recifes de coral para marcar território nas ilhas Spratly.
A reivindicação da China não é reconhecida pelos EUA nem pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que estabelece o controle de águas territoriais e os direitos de navegação.
Além da China, a soberania sobre o arquipélago de cem ilhas e recifes de coral é reivindicada por Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.
As Filipinas, aliadas dos EUA, viram com bons olhos a operação americana, considerando-a uma forma de ajudar a manter o “equilíbrio de poder” na região. Instalação é gerida por Médicos Sem Fronteiras
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um hospital iemenita dirigido pelo grupo de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi atingido por um ataque aéreo liderado pela Arábia Saudita, informou a ONG nesta terça-feira (27).
“A instalação do MSF em Saada, no Iêmen, foi atingida por vários ataques aéreos na noite passada, quando havia pacientes e funcionários no local”, declarou o grupo.
Segundo a agência de notícias estatal iemenita Saba, administrada pelos houthis, grupo aliado do Irã que vem sendo alvo dos ataques da Arábia Saudita, o diretor do hospital informou que várias pessoas ficaram feridas no bombardeio —não há registros de mortos, no entanto.
Os sauditas e outros países do golfo Pérsico intervieram na guerra civil no Iêmen no final de março para reconduzir ao poder o governo iemenita, mas após sete meses de bombardeios os houthis ainda controlam a capital, Sanaa.
Mais de 5.600 pessoas morreram em confrontos no país, e o enviado pela ONU ainda não conseguiu uma solução política nem a desaceleração do ritmo dos combates.
É a segunda vez neste mês que uma instalação do MSF é atingida em uma zona de guerra. Em 3 de outubro, forças dos EUA bombardearam um hospital na cidade de Kunduz (Afeganistão), matando pelo menos 23 pessoas.