Folha de S.Paulo

Rio ganha balão com câmera, mas uso fora dos Jogos é incerto

- BRUNA FANTTI

Quatro balões equipados com câmeras que podem registrar imagens em 360 graus por até quatro quilômetro­s foram comprados pelo governo federal para ajudar na segurança da Olimpíada, mas seu uso fora dos Jogos de 2016 ainda precisa ser definido.

Chamado de aerostato, cada equipament­o, avaliado em R$ 5 milhões, foi doado no início deste mês para a Guarda Municipal e a PM do Rio.

O balão, que pode atingir uma altura de 200 metros, tem 13 câmeras e consegue operar por 72 horas ininterrup­tas. Todas as imagens são enviadas em tempo real para um centro de controle.

As corporaçõe­s, porém, precisam arcar com manutenção e combustíve­l —podendo gastar R$ 12 mil com gás hélio cada vez que forem utilizar algum dos balões. Diante disso, não se sabe quando eles serão usados fora da Olimpíada.

“Começamos a fazer os testes operaciona­is. Até abril do ano que vem farei um relatório que irá ponderar custo e benefício para a polícia. O comando vai decidir como utilizar os balões”, afirma Joelmir Santos, major que é chefe do Centro de Instrução e Pesquisa da Polícia Militar.

Em nota, a Guarda Municipal, que recebeu uma unidade, disse que “seu melhor uso está sendo estudado”.

Os quatro balões foram comprados da empresa Altave por meio de licitação da Secretaria Extraordin­ária de Grandes Eventos, vinculada ao Ministério da Justiça.

Além de R$ 20 milhões gastos com os equipament­os, é previsto pagamento de R$ 3 milhões para treinament­o para a operação dos balões.

Segundo Andrei Rodrigues, titular da secretaria, a compra dos balões ocorreu após estudos técnicos e em acordo com a secretaria de Segurança do Rio, “oficializa­ndo a necessidad­e da demanda para os Jogos e para legado do cotidiano da cidade”. “Há estudos que apontam a utilidade e funcionali­dade dos balões em relação a outros tipos de equipament­os”, afirmou.

A PM do Rio recorreu a balões em outras duas ocasiões. A primeira na gestão Benedita da Silva (PT), em 2002, quando um dirigível foi usado para monitorar traficante­s, mas descartado pelo governo seguinte. No Réveillon de 2013, a polícia testou um balão de tecnologia israelense que não chegou nem a inflar.

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Divulgação Militares participam de treinament­o para uso de balões adquiridos para a Olimpíada

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