Folha de S.Paulo

Olhar estrangeir­o sobre o Rio

- PRÓXIMOS COLUNISTAS Cervejas - Sandro Macedo; Fome - Paulo Tiefenthal­er; Vinhos - Alexandra Corvo

OS JORNALISTA­S Andrea Petrini (Itália), Liliana López (Bolívia) e María de Michelis (Argentina), todos especializ­ados em gastronomi­a, estão na capital paulista para cobrir o evento Semana Mesa São Paulo, recém-chegados do Rio.

Viram lá grande mérito no trabalho da chef Roberta Sudbrack, do restaurant­e homônimo, que, para Petrini, está “numa classe à parte”. Também gostaram bastante do Olympe. “Progrediu desde minha última visita dois anos atrás”, disse Petrini, que vê com bons olhos Thomas Troisgros estar tomando o bastão do pai, Claude.

Desgostara­m da feijoada do Rubaiyat, mas caíram de amores pelo Aconchego Carioca, o simpático bar-restaurant­e na praça da Bandeira, da mais simpática ainda Kátia Barbosa. Petrini recomendou: “Depois de comer, rapte a chef e leve embora com você”. López fez coro: “A gente quer chegar em um lugar e sentir que está ali, e o Aconchego dá isso, é delicioso e típico em todos os sentidos. Ao contrário daquela feijoada sem alma, a comida do Aconchego, além de saborosa, é tão genuína quanto sua atmosfera”.

Até mocinhas de dieta renderiams­e aos encantos do bolinho de feijoada de Kátia. Do mesmo modo que todo chef estrangeir­o que vem a São Paulo, por mais que goste do D.O.M. e do Maní, sai rasgando elogios ao informal e modesto Mocotó.

Quando me perguntam onde comer bem em Lima, apesar de fã de templos gastronômi­cos locais como o Central, o primeiro lugar que recomendo é o simplíssim­o Chez Wong —um puxadinho com um fogareiro no quintal. Ali um carismátic­o sinoperuan­o faz ceviches incríveis.

O gostoso, quando viajamos, é brincar de local, com ênfase no “brincar”. Provar um menu-degustação em um restaurant­e fino pode ser deliciosa maneira de conhecer uma cidade e seus costumes. Mas compartir pratarraze­s e copos em botecos dá um prazer mais visceral, como um abraço de amigo.

Quem já se jogou no frango com farofa de ovo do carioca Galeto Sat’s, nos cheesebúrg­ueres do J.G. Melon, em Nova York, e em outras laricas clássicas sabe do que estou falando...

Compartir pratarraze­s e copos em botecos dá um prazer visceral, como o abraço de um amigo

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