Don Siegel cria bom sentido de mistério em ficção fantástica
FOLHA
Há rostos dos quais a maioria dos espectadores nunca ouviu falar, mas que determinam ou determinaram muito do que assistimos e amamos.
Um desses é Jack Warner. Dos irmãos responsáveis pela Warner Brothers, foi o mais próximo da produção.
O documentário “Jack Warner” (1993, livre, Curta!, 21h de quarta e 1h de quinta-feira) tentará dar conta desse pioneiro, um desses seres famosos pela violência e o autoritarismo, mas cuja competência ninguém punha em questão.
Já “Vampiros de Almas” (1956, 14 anos, TC Cult, 20h15) é a fantástica ficção de Don Siegel (1912-1991) sobre alienígenas que invadem a Terra e passam a ocupar os corpos dos seres que absorvem, produzindo réplicas perfeitas, só que mortas.
Metáfora das lavagens cerebrais atribuídas aos comunistas? Pode ser.
Mas, com ou sem lavagem, o filme se aguenta: o sentido de mistério e urgência que Siegel imprime à narrativa faz parte dessa luz própria que o mantém vivo e forte.