Ex-chefe da CBF vai ser extraditado da Suíça para os EUA
CORRUPÇÃO NO FUTEBOL Cartola será levado em até 10 dias e deverá ficar em prisão domiciliar
Depois de cinco meses de prisão na Suíça, o ex-presidente da CBF José Maria Marin, 83, aceitou ser extraditado para os EUA após acordo costurado por autoridades norte-americanas e suíças, além do próprio cartola.
A informação foi divulgada nesta quarta (28) pelo governo do país europeu e confirmada pelo advogado de Marin no Brasil, Paulo Peixoto. “O dr. Marin, da data de hoje [quarta] até dez dias, vai aos EUA responder ao processo”, disse Peixoto à Folha.
Marin está preso em Zurique desde 27 de maio, acusado pela Justiça americana de envolvimento em um esquema de corrupção relacionado a direitos de transmissão e marketing de competições.
Foi detido com outros seis cartolas em operação na véspera do congresso da Fifa que reelegeu Joseph Blatter à presidência da entidade.
Aceitar a extradição não significa que Marin se diz culpado das acusações. Em e-mail à Folha, o advogado suíço de Marin, Georg Friedli, disse que não comentaria se o cliente passaria à condição de delator do esquema de corrupção, nem se ele aceitou pagar multa em troca de benefícios de responder às acusações nos EUA em regime de prisão domiciliar.
Com a súbita aceitação da extradição para os EUA, Marin segue o caminho do expresidente da Concacaf, a confederação das Américas do Norte e Central, Jeffrey Webb, que em julho foi transferido para os EUA.
Webb, que já se declarou inocente das acusações de corrupção perante juiz de Nova York, aceitou acordo no qual pagou US$ 10 milhões (R$ 38,6 milhões) para ficar em prisão domiciliar.
Pelos termos do acordo, Webb teve de alugar casa a menos de 32 km do tribunal em Nova York e pagar, ele próprio, por uma empresa de segurança para monitorar o uso de sua tornozeleira eletrônica 24 horas por dia.
Marin é dono de um apartamento na Quinta Avenida, em Nova York.
As autoridades dos EUA terão dez dias para levar Marin da Suíça, sob escolta da polícia norte-americana.
“Ele teria dividido esses subornos com outros dirigentes de futebol”, afirma o governo suíço, que já havia aprovado a extradição de outros cinco cartolas preso na mesma operação (veja abaixo). OUTRO LADO Desde que foi preso na Suíça, Marin nunca falou à imprensa sobre as acusações de integrar rede de corrupção.
Seus advogados, no entanto, têm dito que são frágeis as supostas provas apresentadas à Justiça suíça pelo Departamento de Justiça dos EUA, que investiga o caso.
Alegam que no pedido de extradição não há revelações concretas de que o dirigente tenha cometido os crimes. (LEANDRO COLON, MARCEL RIZZO E GRACILIANO ROCHA)
Dirigentes foram presos na Suíça em 27 de maio
Rafael Esquivel Venezuela > Ex-dirigente da Conmebol. Extradição aprovada em 23.set Costas Takkas Reino Unido > Ex-dirigente das Ilhas Cayman. Extradição aprovada em 9.out