Folha de S.Paulo

Governo paraguaio manda esvaziar cidade

Os cerca de 7.000 habitantes de Alberdi receberam instrução para deixar suas casas devido à cheia do rio Paraguai

- MARIANA CARNEIRO BOLÍVIA

Chuvas prosseguem no Paraguai, na Argentina e no Uruguai; estimase que desalojado­s na região somem 130 mil

A cheia no rio Paraguai fez o governo paraguaio decretar neste sábado (26) a remoção de toda a população de uma cidade de 7.000 habitantes na fronteira com a Argentina.

Alberdi, 150 km ao sul de Assunção, fica em uma curva do rio. Acostumado­s a cheias, os ribeirinho­s mantêm muros de contenção. Mas, neste ano, a força da correnteza cresceu, e a defesa foi avariada, segundo o governo.

As chuvas de verão foram intensific­adas pelo El Niño, que aumenta a umidade no Cone Sul. O fenômeno também provocou inundações no Ri Grande do Sul (Leia mais na página B3).

O país mais atingido é o Paraguai, onde 18 mil famílias estão desalojada­s só na capital, Assunção e cerca de 90 mil pessoas em áreas ribeirinha­s que tiveram que sair de casa. Mas as cheias também afetam cidades da Argentina, Uruguai e Brasil.

As famílias de Alberdi, segundo o governo do Paraguai, não serão retiradas à força. Está sendo feito um trabalho de convencime­nto, e, até o momento, cerca de 110 famílias, moradoras das zonas mais baixas da cidade, aceitaram deixar suas casas.

Elas deverão ser alojadas em Formosa, cidade argentina do outro lado do rio.

Em Pilar, também na beira do rio Paraguai, as águas subiram mais de nove metros e, com as chuvas, devem superar dez metros em horas. Embora as barreiras de contenção ainda estejam preservada­s ali, o ministro de Obras Públicas, Ramón Gaona, disse à imprensa local que a situação “está no limite”.

Além das cheias, uma tempestade com ventos na noite de quinta (24) derrubou 26 torres de alta tensão na cidade, compromete­ndo o fornecimen­to de energia no departamen­to de Ñeembucú, extremo sul do país, onde vivem

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