Scooter elétrica é movida por bateria retornável com assinatura mensal
DO “FINANCIAL TIMES”
Horace Luke quer resolver o enigma que Elon Musk, o visionário criador da Tesla (carros elétricos), não conseguiu decifrar: trazer o transporte elétrico para as massas.
A visão de futuro de Luke é a seguinte: scooters elétricas movidas a baterias que, quando ficam ser energia, podem ser trocadas em uma loja de conveniência por uma já abastecida.
“Eu sou um cara que muda as regras”, disse Luke, 45, nascido em Hong Kong, que estudou nos EUA e fez carreira em empresas como Nike e Microsoft antes de fundar a Gogoro em Taiwan.
No modelo da Gogoro, o consumidor compra a moto elétrica e faz uma assinatura mensal para o uso das baterias, de acordo com a quilometragem, no estilo da adotada por operadoras de telefonia celular. Elas são capazes de rodar até 100 km e podem ser trocadas na “GoStations”, pequenas lojas de autoatendimento.
Atualmente a companhia conta com 3.000 motos em Taiwan (onde as scooters são muito populares) e 125 GoStations. E o plano é se expandir para a Europa —haverá um período de testes em Amsterdã (Holanda) no iní- cio do ano que vem, antes de entrar no mercado do resto do continente.
Nos planos da Gogoro está especialmente a classe média dos países emergentes.
“A classe média global vai viver na cidade. O seu melhor amigo mora do outro lado da cidade”, afirma Luke. “Haverá uma enorme demanda por energia e transporte.”
Um modelo semelhante já foi adotado pelo start-up Better Place (de origem americana e israelense), que entrou em concordata em 2013, seis anos após a sua criação.
No caso da Better Place, porém, a aposta era em carros elétricos e essa é uma das apostas da Gogoro para não repetir o fracasso da antecessora.
A recarga da bateria das scooters é mais rápida e as pessoas tendem a ficar na cidade e viajar distâncias mais curtas, o que não exige investimentos em postos de reabastecimento em lugares de baixo movimento.
Até o momento, os primeiros sinais são positivos: em Taipé, mais de 5% dos novos registros de scooters são de veículos da Gogoro. E ela levantou neste mês US$ 130 milhões (cerca de R$ 500 milhões) com investidores, inclusive a Panasonic.
A aposta de Luke é que os preços das baterias vão continuar caindo e que o inverso aconteça com os dos combustíveis. “Uma vez que preço do quilômetro rodado da bateria fique mais barato que o da gasolina, tudo fará sentido.”