Folha de S.Paulo

Judoca do Kosovo vai à Rio-2016 por ouro e reconhecim­ento diplomátic­o

- DANIEL CASTRO

Assim como muitos atletas, a judoca kosovar Majlinda Kelmendi, 24, superou dificuldad­es para poder defender seu país em Olimpíadas. No caso dela, porém, os principais desafios não vieram dos tatames, mas da política.

Majlinda é a principal aposta de medalha de Kosovo, nação que foi reconheci- da pelo COI (Comitê Olímpico Internacio­nal) no ano passado e fará sua estreia em Jogos Olímpicos no Rio.

Bicampeã mundial em 2013 e 2014 na categoria até 52 kg (a mesma da brasileira Érika Miranda), a atleta também esteve na Olimpíada de Londres, em 2012, quando defendeu a Albânia e acabou eliminada na segunda luta.

Um ano depois, na conquista do Mundial realizado no Rio, Majlinda já trajava um quimono com as iniciais “KOS”, em vez de “ALB”.

No bicampeona­to, porém, questões diplomátic­as arranharam a conquista. A competição foi disputada na Rússia, que, assim como o Brasil, não reconhece Kosovo como um país independen­te.

Majlinda foi obrigada a competir com a sigla IJF, da Federação Internacio­nal de Judô, nas costas. Ao vencer o torneio, ela não pôde ver a bandeira de Kosovo no pódio, nem escutou o hino nacional.

“Foi uma sensação tão ruim para mim. Espero não ter que passar por situações como essa novamente”, disseà Folha.

A atleta acredita que a estreia de Kosovo nos Jogos pode

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