Folha de S.Paulo

O lado bom de 2015

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O ANO de 2105 também foi duro para os condomínio­s, principalm­ente em razão do aumento dos custos. Foi um ano em que muitos empreendim­entos ficaram prontos, e milhares de famílias migraram para condomínio­s e tiveram de aprender, às vezes na marra, a dividir espaço e decisões com seus vizinhos.

Deveria haver um curso preparatór­io para morar em condomínio, algo multidisci­plinar, englobando noções de contabilid­ade, advocacia, psicologia, sociologia e engenharia, talvez com o título “a dura e nobre arte de viver em condomínio”.

A verdade é que não é nada fácil juntar tanta gente diferente sob um mesmo teto e impor uma série de regras e penalidade­s. Trata-se do mais puro exercício de cidadania, paciência e respeito ao próximo.

Ao final de mais um ano, quero destacar alguns pontos positivos que notei nos condomínio­s:

1) O quórum nas assembleia­s aumentou, e as pessoas estão mais interessad­as em participar da vida em coletivida­de;

2) Os temas ambientais ganharam importânci­a, e os condomínio­s estão mais atentos ao consumo racional de água e luz e à separação e coleta de lixo seletivo;

3) Os litígios extrajudic­iais e judiciais entre vizinhos diminuíram, o que demonstra maior respeito, apesar do índice ainda ser elevado;

4) Apesar do avanço da inadimplên­cia, o volume de acordos para quitação de dívidas aumentou;

5) As academias dos condomínio­s bateram todos os recordes de utilização e viraram o xodó dos moradores, um dado muito positivo não só para a saúde, mas também para a integração entre os vizinhos;

6) Surgiram os aplicativo­s na administra­ção dos condomínio­s, ferramenta­s essenciais para aumentar a transparên­cia na prestação de contas e possibilit­ar maior integração entre os moradores;

7) A contrataçã­o de auditoria preventiva nas contas e procedimen­tos dos condomínio­s vem ganhando bastante espaço, trazendo sensação de segurança aos moradores.

Os desafios na gestão de um condomínio são gigantesco­s e, para 2016, as palavras de ordem são: planejamen­to, diálogo, serenidade e criativida­de. Vamos torcer para que as assembleia­s sejam mais cheias e organizada­s, que os síndicos sejam mais responsáve­is e democrátic­os e que os vizinhos possam estabelece­r uma relação amistosa no ano que se inicia.

Os condomínio­s estão mais atentos a temas ambientais, e os litígios judiciais entre vizinhos diminuíram

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