Para fechar sua mensagem positiva, Li lembrou que a China será a sede da cúpula
O vice-presidente chinês, Li Yuanchao, tratou de desfazer o quase pânico que o mundo vem demonstrando em relação à desaceleração da economia de seu país, ao dizer, nesta quinta-feira (21), que a China apenas entrou em “um novo normal”, que seria, completou, “crescimento constante em vez de crescimento acelerado”.
Li participou de sessão específica sobre a China no Fórum Econômico Mundial, a assembleia dos grandes empresários que se reúne todo fim de janeiro em Davos, nos Alpes suíços.
O vice-presidente jogou no ar um dado também ressaltado pela diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde: o consumo representou 66% do crescimento de 6,9% de 2015, o índice mais baixo em 25 anos.
É uma maneira sutil de dizer que o mundo não tem o direito de queixar-se da desaceleração chinesa porque insistiu, por anos, em que o país mudasse seu modelo, trocando as exportações e o investimento por mais consumo.
O consumo cresceu de fa- to, e o investimento, nem tanto (16,7%).
Li também comentou o crescimento chinês, pelo lado do valor em dólares acrescentado à economia, em vez de medi-lo em porcentagem.
“Apesar da volatilidade na economia mundial, a China ainda conseguiu um aumento do PIB de mais de US$ 500 bilhões [R$ 2,045 trilhões], estimado o mais elevado do mundo”, afirmou.
Quer dizer o seguinte: a China, no ano de menor crescimento em 25 anos, ainda assim acrescentou o equivalente a meio Brasil à sua economia (o PIB brasileiro anda na altura de R$ 4 trilhões).
O vice-presidente da China não economizou em dados positivos, sempre para tranquilizar o empresariado presente a Davos: o setor de alta tecnologia cresceu 2,2% no ano passado, as vendas varejistas on-line aumentaram 30% e os robôs indus- triais aumentaram 42%.
“A China continuará as reformas econômicas e encorajará inovação e empreendedorismo para preservar o momento de crescimento.”
Completou: “Acadadiado ano passado, mais de 12 mil novas companhias foram registradas na China”.
G20 deste ano do G20, o grupo das maiores economias do planeta, na qual pretende dirigir o foco para “modelos inovadores de crescimento, melhorar a governança econômica e financeira, impulsionar o comércio e o investimento internacionais e promover um desenvolvimento inclusivo”.
Nada que não tenha estado na agenda dos mais recentes G20s, sem que o grupo tenha de fato entregado o que prometeu.