Supernevasca faz EUA cancelar voos e fechar colégios
Expectativa é que forte tempestade atinja 15 Estados neste fim de semana; mais de 6.300 voos foram cancelados
Uma nevasca no leste dos EUA que deve atingir 15 Estados e afetar 75 milhões de pessoas provocou o cancelamento de mais de 6.300 voos, o fechamento de escolas e repartições e o adiamento de eventos esportivos e culturais. Em Washington e Nova York, moradores estocaram alimentos.
Em Washington e em Nova York, moradores correm para comprar mantimentos; metrô da capital é fechado
Uma forte nevasca que pode atingir mais de 75 milhões de pessoas no fim de semana chegou nesta sexta-feira (22) à região Leste dos Estados Unidos. Segundo os serviços meteorológicos, a tempestade, batizada de Jonas, pode ser uma das dez maiores a atingir a região.
Mais de 6.300 voos previstos para sexta e sábado (22 e 23) foram cancelados, e a expectativa era de que 15 Estados fossem atingidos. Em pelo menos cinco deles —Tennessee, Carolina do Norte, Virgínia, Maryland e Pensilvânia— e no Distrito de Columbia, as autoridades decretaram estado de emergência.
Pelo menos seis pessoas morreram em acidentes de carro causados pela nevasca nos Estados de Arkansas, Tennessee e Kentucky.
O governo federal suspendeu as atividades na capital já no início da tarde de sexta. Escolas e repartições públicas foram fechadas em toda a região, e eventos culturais e esportivos, adiados. Espera-se que a situação seja estabilizada no domingo (24).
Os moradores de Washington correram aos supermercados para estocar alimentos. A meteorologia alerta que a cidade será coberta por 60 centímetros de neve ou mais.
A orientação é para que os moradores das áreas mais atingidas estoquem artigos básicos para até uma semana e fiquem em casa. Se as previsões se confirmarem, será o maior volume de neve já registrado na capital americana.
Numa decisão rara na cidade, as autoridades decidiram fechar o metrô na noite de sexta (22). O serviço só voltará a funcionar na segunda (25).
Funcionária do Senado, Helen Harrys pediu dispensa do trabalho de manhã e foi às compras. Com o carrinho cheio, aguardava numa longa fila que se estendia por todos os corredores de um supermercado no centro da capital. “Às vezes a meteorologia promete e não cumpre. Mas dizem que desta vez a tempestade será épica”, disse.
Várias prateleiras estavam vazias, como a do leite, do pão e da água. Na fila do supermercado e nas redes sociais, a tempestade era o assunto dominante, com críticas à in- capacidade do governo em manter a cidade funcionando.
A preocupação aumentou depois da prévia da última quarta (20), quando a cidade ficou praticamente paralisada com meros 3 centímetros de neve. Até o presidente Barack Obama ficou preso no trânsito ao voltar de viagem.
“Não fornecemos os recursos num momento em que poderia ter feito a diferença”, reconheceu a prefeita de Washington, Muriel E. Bowser. NOVA YORK Em Nova York, a chegada iminente da nevasca elevou em 20% a demanda num supermercado da rede Morton Williams, segundo o gerente.
A provedora de energia ConEdison enviou e-mail aos clientes com oito instruções para a chegada da neve.
“Se acabar a energia, apague as luzes e desligue aparelhos para não sobrecarregar a energia quando restaurada”, orienta a empresa. “Use velas e lanternas com cuidado.”
Segundo o Centro de Previsão do Tempo de College Park, Maryland, a nevasca pode provocar prejuízos de mais de US$ 1 bilhão (R$ 4,1 bilhões).