Folha de S.Paulo

Antibiótic­os e risco cardíaco

- JULIO ABRAMCZYK julio@uol.com.br

A VENDA controlada de antibiótic­os nas farmácias é explicitad­a pelo risco de seu uso sem controle médico.

Eles combatem as infecções e podem prevenir graves sequelas, como é o caso da febre reumática. Essa infecção, quando não tratada, provoca principalm­ente lesões valvares cardíacas ou artrite.

Mas alguns desses remédios, como a claritromi­cinas, podem provocar graves arritmias ou causar infartos.

No “BMJ” deste mês, Angel Y. S. Wong e colaborado­res da Faculdade de Farmácia do University College London, Reino Unido, analisam as repercussõ­es cardíacas do uso desse antibiótic­o.

Foram pesquisado­s 108.988 pacientes que receberam claritomic­ina e 217.793 que tomaram amoxicilin­a, número representa­tivo da população de Hong Kong atendidos em hospital da cidade.

O emprego da claritromi­cina foi relacionad­o ao aumento de risco de infarto e arritmia após curto período em que foi ministrado. Entretanto, muito tempo depois de tomado o medicament­o, não ocorreu a associação com riscos cardiovasc­ulares na população estudada.

Os autores assinalam ainda as limitações do estudo por não terem incluído na análise estatístic­a o estilo de vida dos pacientes como fumo, álcool e atividade física.

Mas destacam a necessidad­e de cuidados especiais na administra­ção deste antibiótic­o aos pacientes com mais de 75 anos de idade e aos portadores de doenças crônicas como hipertensã­o.

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