Polícia encontra série de pertences de petista em sítio que ele nega ser dono
DE SÃO PAULO
A Polícia Federal encontrou objetos pessoais, roupas, bebidas e presentes do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva no sítio de Atibaia (SP) durante as buscas que realizou em 4 de março, na 24ª fase da Lava Jato.
No entanto, os agentes não identificaram pertences de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, proprietários, no papel, do imóvel.
Laudo produzido pela PF após as buscas que tinham Lula como alvo, afirma que, pela vistoria feita, o ex-presidente e a ex-primeira-dama Marisa Letícia eram os principais usuários do espaço.
Em um anexo da casa principal, os peritos encontraram uma adega com centenas de garrafas de bebidas. Na suíte, foram achadas camisas de futebol de Lula recebidas de presente. Também foram encontrados cosméticos e remédios com o nome de Marisa Letícia.
A Polícia Federal também achou um cartão enviado por Léo Pinheiro, alvo da Lava jato e um dos sócios da empreiteira OAS, suspeita de bancar parte das benfeitorias do imóvel junto com a empreiteira Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai.
Para os peritos, pelo menos “parte” da mudança do ex-presidente foi enviada para o local.
Também faz parte da propriedade um alojamento de seguranças, a casa de um ca- seiro, um depósito e uma casa de barco. No local, foi encontrado um barco com a inscrição “Lula & Marisa”.
Lula diz que não é dono do local e que apenas frequenta uma propriedade de amigos quando está de folga. PLANTAS Outros papéis encontrados na mesma busca em Atibaia (SP) indicam que em novembro de 2010, quando Lula ainda era presidente da República, mudas de plantas foram enviadas do Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe do Executivo, em Brasília, para a propriedade rural no interior paulista.
O documento é intitulado “Palácio da Alvorada - Administração - Relação das plantas enviadas para São Paulo no dia 14/11/2010”
Na sequência são listadas mudas de 11 plantas: pés de amora, goiaba, abacate, ingá, ameixa, grevilea, primavera, jasmim manga, cana índica vermelha, margaridas e flamboyant vermelho.
O papel indica origem em Brasília e data de 16 de novembro de 2010.
No entanto, em depoimento a delegados da Polícia Federal, Lula afirmou que só tomou conhecimento sobre a compra do sítio por amigos dele e passou a visitar o local em janeiro de 2011, após deixar a presidência. OUTRO LADO Em nota, a Odebrecht afirmou que está “colaborando com as autoridades”.
A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula disse que as reformas foram feitas pelos proprietários “para adequar as instalações”. Também informou que amigos e parentes de Lula “acompanharam parte da reforma e auxiliaram no que era possível”.
A defesa de Frederico Barbosa não quis se manifestar. (BELA MEGALE E FLÁVIO FERREIRA)