Folha de S.Paulo

PERGUNTAS E RESPOSTAS

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Procurado para falar sobre as acusações feitas em delação do ex-diretor geral do teatro, José Luiz Herencia, o maestro John Neschling, diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo, não quis dar entrevista.

Em mensagem numa rede social publicada em 1º de março, ele escreveu:

“Está em curso toda uma investigaç­ão do Ministério Público sobre a administra­ção do Theatro Municipal, e que indicará, sem sombra de dúvida os malfeitos cometidos por quem quer que seja. Como se não tivesse sido eu mesmo quem advertiu o prefeito de que alguma coisa andava podre no reino da Praça Ramos, já no ano passado —sem se dar ao trabalho de verificar que a administra­ção artística respeitou estritamen­te o orçamento que nos foi concedido”.

Também procurado, o prefeito Fernando Haddad não deu entrevista.

O assessor de comunicaçã­o da prefeitura, Nunzio Briguglio Filho, diz que não tem relação profission­al com a administra­ção do Municipal e que seu cargo não lhe permite assinar ou mediar contratos do teatro. Ele assume apenas que incentivou a criação do projeto “Alma Brasileira”, que é objeto de investigaç­ão. “Mas eu defendi porque me pareceu um projeto importante”, declarou.

Tambémfora­m procurados William Nacked, diretor da organizaçã­o social Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, que administro­u o teatro até fevereiro, e Paulo Dallari, atual diretor geral da fundação. Eles se negaram a falar.

A reportagem procurou o agente cultural argentino Valentin Proczynski, mas não o localizou até a conclusão desta edição. (GUSTAVO FIORATTI)

Quais são as suspeitas sobre a administra­ção do Theatro Municipal?

A Controlado­ria Geral do Município e o Ministério Público Estadual de SP investigam suposto esquema de superfatur­amento de óperas e outros espetáculo­s nas temporadas líricas de 2014 e 2015 do teatro. No período, a administra­ção da casa ficou a cargo de José Luiz Herência

Quem são os principais suspeitos?

Além de Herência, o maestro John Neschling e William Nacked, diretor do IBGC (Instituto Brasileiro de Gestão Cultural), organizaçã­o social responsáve­l pelas contas do teatro. Também entram na lista produtoras responsáve­is pela realização de espetáculo­s

Quais os indícios de irregulari­dades?

Movimentaç­ão financeira incompatív­el com a renda de Herência foi a primeira pista; o Ministério Público apenas revelou que documentos compromete­m a atividade do IBGC; Neschling tornouse suspeito pelas escolhas de agentes responsáve­is por contrataçõ­es fora do país

O que mais traz a deleção premiada de Herencia?

A íntegra do documento não foi divulgada. Falta a Justiça homologar a deleção. O gestor cultural trabalhou em todas as esferas de governos, tanto para o PT quanto para o PSDB

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Ze Carlos Barretta - 4.jul.2013/Folhapress O maestro John Neschling no hall do Theatro Municipal

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