Teori critica juiz Sergio Moro de forma indireta
Ministro do STF diz em evento que magistrados devem ‘resolver conflitos e não criá-los’
Sem citar nominalmente o juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki disse que os juízes têm “de resolver conflitos”, e não criá-los.
A afirmação foi feita nesta sexta-feira (18) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), onde o ministro esteve para uma palestra em um evento universitário e para receber, na Justiça Federal da cidade, o título de cidadão ribeirão-pretano.
Nesta semana, Moro suspendeu o sigilo de gravação telefônica de conversa do exZavascki deixou o local presidente Luiz Inácio Lula da sem falar com os jornalistas. Silva com a presidente Dilma Rousseff. Ele foi criticado por Dilma, que disse que o cargo de presidente não é passível de grampo e que a medida fere a lei de segurança nacional.
Em seu discurso durante o recebimento da homenagem, Teori disse que os juízes têm de agir com prudência, discrição e serenidade.
Já na palestra aos universitários, na noite desta sexta, ele falou apenas sobre mediação de conflitos e conciliação, e disse é preciso uma reforma cultural, pois métodos extrajudiciais têm eficácia mais satisfatória que a judicial. RESPOSTA Também nesta sexta, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, rebateu Lula e afirmou que o tribunal “jamais esteve acovardado”.
Segundo o ministro, o Supremo tem histórico de “coragem e protagonismo”. “Eu acho que a República tem uma Constituição que está em vigor, as instituições estão funcionando. Nós temos que ter confiança nas instituições”, disse Lewandowski, após participar, em Manaus, de Simpósio Jurídico do Comando Militar da Amazônia.
“O Supremo jamais esteve acovardado. A história do Supremo é de coragem e de protagonismo respeitando a Constituição nos momentos de crise”, completou.
Em diálogo interceptado pela Polícia Federal, Lula diz a Dilma que o STF é um tribunal acovardado.
A fala irritou ministros do Supremo e reforçou o desconforto na Corte com as recorrentes menções nas investigações do esquema de corrupção da Petrobras de que haveria interferência do governo, especialmente de Dilma, em favor de presos da Operação Lava Jato em tribunais superiores.