Rival americano minimiza ‘deslize’ de Zanetti e aposta que brasileiro estará no auge no Rio
Dois dias após cobrar US$ 5,3 milhões (R$ 19 milhões) de Marco Polo Del Nero, licenciado da presidência da CBF, Ricardo Teixeira e José Maria Marin, ex-chefes da entidade, a Fifa voltou atrás e afirmou que a cobrança só será feita caso eles sejam condenados. Atualmente, os três dirigentes são investigados por autoridades americanas.
A Fifa voltou atrás após o presidente em exercício da CBF, Antonio Carlos Nunes, enviar carta alegando que Del Nero não foi condenado.
Desta maneira, a cobrança não poderia ser feita.
“A respeito dos indivíduos que foram denunciados, mas não [ainda] condenados, a Fifa não busca restituição neste momento. Se esses indivíduos forem condenados por um júri ou se declararem culpados, a Fifa buscará restituição deles também”, disse a entidade em carta à CBF.
A cobrança da Fifa aos três brasileiros foi feita em recurso apresentado ao Departamento de Justiça em Nova York, que investiga denúncias de corrupção no futebol.
O norte-americano Brandon Wynn, 27, já foi algoz e vítima de Arthur Zanetti.
No Pan de 2011, em Guadalajara, relegou ao brasileiro a medalha de prata nas argolas. Dois anos mais tarde, viu Zanetti se tornar campeão mundial na Bélgica, enquanto se resignava com um bronze —um ano antes, o ginasta de São Caetano havia se sagrado campeão olímpico.
Entre idas e vindas, os ca- minhos de ambos voltarão a se cruzar em menos de cinco meses, nos Jogos Olímpicos do Rio. Os dois são cotados a pódio. Para Wynn, Zanetti estará no auge da forma e desponta como maior favorito.
“Arthur é uma grande pessoa, além de ser um atleta muito talentoso. Eu o vejo no melhor da forma dele para os Jogos do Rio”, disse o ginasta à Folha em evento de seu patrocinador em Baltimore (EUA), na semana passada.
No último Mundial, realizado em outubro em Glasgow (EUA), Zanetti surpreendentemente nem sequer se classificou para a final. Para o americano, que foi quinto, não se tratou de declínio do brasileiro, mas sim da crescente competitividade.
“As argolas têm se tornado um dos eventos mais difíceis da ginástica. No último Mundial, os três ginastas que ficaram como reservas para a final eram campeões mundiais ou europeus, e o Arthur estava entre eles. É difícil prever qual será o pódio no Rio, mas acho que Arthur vai lutar.”
Wynn esteve no Rio em janeiro com a seleção norteamericana para treinamentos na arena de aquecimento contígua à que receberá a competição de ginástica artística. “A sensação que tive foi muito positiva”, afirmou.
Em meio às atividades, ele soube da preocupação com o vírus da zika que atinge o Brasil. Porém, negou que isso tenha criado preocupação para ele ou para o time dos EUA.
“Eu não tenho preocupação em relação ao vírus. Acredito que os organizadores e o Comitê Olímpico Americano vão cuidar disso, de proteger os atletas da equipe e cuidar da nossa preparação.”
PAULO ROBERTO CONDE