Vereadores do PMDB temem perder vagas na coligação
A aliança com PSD é tema de preocupação entre vereadores peemedebistas, que gostariam de aumentar o tamanho da bancada nas eleições municipais deste ano.
O temor é que a nova parceria siga o modelo proporcional, cenário em que os votos de legenda recebidos pelo PMDB poderiam ajudar a eleger candidatos do PSD.
“A aliança majoritária é muito bem-vinda, mas a proporcional tem que ser discutida”, afirmou o vereador George Hato. “Se for proporcional, não será possível dar uma boa base de sustentação ao governo”, acrescentou, referindo-se a uma eventual gestão da pré-candidata Marta Suplicy (PMDB).
Hato avalia que o nome de Marta poderá levar a um aumento de votos na legenda do partido, com possibilidade de eleger entre seis e oito vereadores. “Mas, se coligar com o PSD, fazer quatro vereadores será uma vitória.”
Ele e os outros dois vereadores do PMDB, Nelo Rodolfo e Ricardo Nunes, estiveram nesta segunda (25) em reunião com o advogado José Yunes, presidente do PMDB municipal, para tratar do tema.
Yunes sinalizou que será difícil atender à demanda dos vereadores. À Folha ele explicou a definição deverá ficar por conta do vereador Andrea Matarazzo (PSD).
“Mais uma vez eles [PSD] vão tentar usar nosso partido para eleger os vereadores deles, isso é natural. O Kassab [Gilberto Kassab, presidente do PSD] está virando especialista nisso”, disse Rodolfo.
Na eleição de 2012, o PMDB, que lançou a candidatura de Gabriel Chalita, obteve 95.178 votos na legenda ante 10.135 do PSD, que apresentou Alexandre Schneider como candidato a vice na chapa do tucano José Serra. Os vereadores do PSD, porém, obtiveram mais votos nominais.
Rodolfo diz, contudo, que a aliança é vista como vital para ampliar o tempo de Marta na TV.
Vereadores do PSD, por sua vez, lamentam que Matarazzo não tenha chapa própria. “A gente perde a oportunidade de levar para a sociedade o nome mais preparado”, disse o vereador José Police Neto.