Para ex-líder da Irlanda, Europa deve gerenciar melhor f luxo de migrantes
DE SÃO PAULO - A ex-presidente da Irlanda Mary Robinson defendeu, em palestra nesta segunda (25) em São Paulo, que os países europeus gerenciem melhor o fluxo de migrantes que chega ao continente e que assegurem o respeito aos direitos humanos desses grupos.
“Precisamos gerenciar o fluxo e reafirmar esses valores [do Estatuto dos Refugiados] de uma forma muito mais evidente do que estamos fazendo —incluindo aqueles [governos] com característica populista, que são contra esse tipo de valores”, disse Robinson, que participou do ciclo de palestras Fronteira do Pensamento, do qual a Folha é parceira.
A irlandesa que já serviu como alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, entre 1997 e 2002, e hoje é enviada especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para mudanças climáticas, não consegue dissociar esses dois grandes temas.
Para Robinson, 72, os dois grandes acordos firmados em 2015 — o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e a Agenda 2030, de desenvolvimento sustentável da ONU— devem ser aplicados conjuntamente e “guiarão” os países globalmente diante de “tendências preocupantes” como o retorno de nacionalismos radicais.
“A Agenda 2030 e o Acordo do Paris são realmente transformadores se estivermos prontos para a transformação”, disse.
Primeira mulher a assumir a Presidência na católica Irlanda, em 1990, ela disse que a religião a ajudou a perceber “como não apoiávamos as mulheres”. “Como uma mulher católica na Irlanda, minhas opções eram casar ou se tornar uma freira. (...) Eu lutei contra isso.”