Reforma da Previdência não pode ser feita às pressas, diz Meirelles
Ministro volta a pedir aprovação de teto para os gastos públicos
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda (25) no Rio que a reforma da Previdência, apesar de ser uma prioridade, não pode ser feita às pressas.
“Tenho usado sempre a seguinte frase: vamos devagar porque estou com pressa. Temos pressa, mas temos que fazer a coisa certa”, disse o ministro, que participou de seminário na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Sem mencionar prazos, o ministro afirmou que a reforma da Previdência está “em ritmo avançado de estudos e negociações”.
Entre as medidas que poderiam fazer parte da reforma, estão o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria, que seria de 65 anos para homens e um pouco menos para mulheres, e a criação de um regime único de Previdência, com regras uniformes para trabalhadores do setor privado e funcionários públicos.
Meirelles voltou a destacar a importância da aprovação da emenda constitucional que estabelece um teto para os gastos públicos.
“Isso é o que fará com que a retomada venha. O que resultará desse limitador [dos gastos] é um crescimento mais rápido da economia, renda e emprego”, disse o ministro.
Em entrevista à Folha publicada nesta segunda (25), Meirelles dissera que, se o Congresso não aprovar o teto para gastos públicos, será necessário aumentar tributos.
“A causa principal do desequilíbrio fiscal é o forte crescimento das despesas públicas muito acima do crescimento do PIB. Com a aprovação da emenda, conseguiríamos ao longo de dez anos reverter todo o crescimento da despesa primária do governo federal dos últimos 18 anos”, disse nesta segunda.
Nas suas contas, só para manter o deficit do INSS nos níveis atuais nas próximas décadas, seria necessário um crescimento da carga tributária de quase 10% do PIB.