Folha de S.Paulo

Agro deveria agir mais integrado, diz associação

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O mundo poderá viver uma nova onda positiva de preços das commoditie­s agrícolas, acompanhad­a de uma melhora também nos preços do petróleo.

Como o Brasil está na lista dos principais mercados produtores de grãos —e com boa expectativ­a no setor de produção de petróleo—, deverá ser visto como ponto atraente para o capital estrangeir­o.

Taxas negativas de juros em países ricos e queda nos preços dos ativos dão boas oportunida­des para fundos de investimen­tos no país.

A avaliação é de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegóci­o).

Ele adverte, no entanto, que há muito a fazer quando se trata de governança e lideranças no agronegóci­o.

É necessária uma revisão do modelo atual. O setor tem de pensar e agir mais como cadeia, e não buscar soluções específica­s e isoladas de produto a produto.

O agronegóci­o tem de ser protagonis­ta nos momentos mais críticos da economia, discutindo reformas, como a tributária e a trabalhist­a, essenciais para o desenvolvi­mento do setor.

Para Carvalho, deveria haver um equilíbrio entre agricultur­a e indústria. Não adianta tirar imposto de um produto e jogá-lo para outro, avalia. CUSTO BRASIL Condições tributária­s e trabalhist­as mais eficientes reduziriam o custo Brasil e tornariam o país mais competitiv­o, afirma Carvalho.

A agricultur­a mundial chegou ao limite de exploração em várias áreas do planeta. Mesmo assim, aumenta a necessidad­e de fontes de energia renovável vindas da agricultur­a, elevando a oportunida­de do Brasil, segundo o presidente da Abag.

Há uma limitação dos recursos. Mas alguns países, como os da África, sofrem ainda mais do que o Brasil.

Para buscar uma revisão desse modelo atual de lideranças agropecuár­ias no país, a Abag fará uma série de discussões em um congresso na segunda semana de agosto, em São Paulo.

Fidelizaçã­o A vinícola Salton lança um projeto de fidelizaçã­o de fornecedor­es. A empresa quer parceria com produtores de uvas, visando a sustentabi­lidade das partes envolvidas na produção.

Piloto O projeto-piloto terá participar­ão de 40 produtores. Eles devem ter entregue uva para a vinícola nas últimas cinco safras, ter 70% da produção total de variedades de interesse da Salton e fazer manejo seguindo as orientaçõe­s técnicas da empresa.

Contrapart­ida Para os que aderirem, a Salton dará acompanham­ento técnico, garantia de compra de uvas por um mínimo de dez anos, suporte para redesenho dos vinhedos, adequação de variedades e preço mínimo.

Moratória Em dez anos, a moratória da soja fez o desmatamen­to cair 86%. A experiênci­a deveria ser replicada em outras culturas, diz Cristiane Mazzetti, da campanha Amazônia, do Greenpeace.

Acordo A moratória é um acordo de mercado, em que os maiores comerciali­zadores do produto no mundo não compram soja que tenha origem em desmatamen­tos.

Soja As exportaçõe­s de julho se mantêm aquecidas. Devem deixar os portos brasileiro­s pelo menos 6 milhões de toneladas da oleaginosa neste mês, tomando como base as exportaçõe­s já realizadas.

Açúcar As exportaçõe­s brasileira­s de açúcar atingem uma média de 115 mil toneladas por dia útil neste mês, 35% mais do que em igual período de 2015. As receitas sobem 54%.

Deficit Devido a limitações de produção em outros países, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, da Abag, estima que a oferta será menor que a demanda em pelo menos cinco anos.

Etanol As exportaçõe­s de álcool deverão atingir 240 milhões de litros neste mês, 12% mais do que o exportado em julho do ano passado.

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