Folha de S.Paulo

Dilma diz que não vai à abertura da Olimpíada no Rio

GOVERNO Petista afirma que não quer aparecer em posição secundária na solenidade, que será aberta por Michel Temer

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A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) disse que "não pretende participar da Olimpíada numa posição secundária", em entrevista exclusiva concedida à RFI (Radio France Internatio­nale), divulgada nesta segunda (25).

Dilma foi convidada pelo COI (Comitê Olímpico Internacio­nal), assim como o presidente interino Michel Temer (PMDB) e ex-presidente­s.

Temer será o responsáve­l por declarar os Jogos abertos, mas dirá apenas uma frase, que não deve durar mais que dez segundos: “declaro abertos os Jogos do Rio, celebrando a 31ª Olimpíada da era moderna”, dirá ele no evento.

A aparição breve do chefe de Estado é tradição das cerimônias de abertura. Em Londres, há quatro anos, a rainha Elizabeth 2ª foi quem se incumbiu do rápido anúncio.

Na entrevista, Dilma enumerou motivos para não comparecer à cerimônia de abertura dos Jogos, que ocorre no dia 5 de agosto, no Maracanã.

“Em primeiro lugar, esses Jogos são frutos de um grande trabalho do ex-presidente Lula, no sentido de trazê-lo para o Brasil. Em segundo, houve grande esforço do governo federal, que viabilizou a estrutura dos Jogos", disse.

Com aval de Temer, o COI convidou à cerimônia, além de Dilma, os ex-presidente­s José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Lula. À Folha os dois últimos afirmaram que não irão. A assessoria de Collor disse que ele não recebeu o convite. Sarney não foi localizado.

PROBLEMAS

Dilma falou sobre a Vila dos Atletas, que apresentou problemas. “As questões relativas [à Vila] dizem respeito a uma PPP, parceria público-privada, entre a Prefeitura do Rio e o setor privado.”

Dilma minimizou a questão do zika vírus. “A própria Organizaçã­o Mundial da Saúde declarou que este inverno, com temperatur­as abaixo da média, não é o momento de proliferaç­ão do mosquito. E pelo menos até dois meses atrás havia todo um sistema de contenção [da doença].”

Quando indagada se o Rio está preparado para receber os Jogos diante deste contexto problemáti­co, que inclui ameaças relacionad­as à segurança, Dilma lembrou a Copa e a vinda do papa Francisco ao país (2013), como exemplos que deram “know-how” ao país em grande eventos.

Ela também disse não acreditar na possibilid­ade de ataque terrorista na Olimpíada.

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Stoyan Nenov/Divulgação » ZIRIGUIDUM A dez dias dos Jogos, Carlinhos de Jesus, acompanhad­o de passista, sambou para o público na tarde desta segunda-feira (25), no calçadão de Copacabana

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